São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2004

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ADMINISTRAÇÃO

Roberto Bortolotto nega ter vínculos com empreiteira que integra consórcio que disputa licitação do lixo

Responsabilidade é da LOT, diz secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal de Infra-Estrutura Urbana, Roberto Luiz Bortolotto, 54, disse ontem que deixou a LOT Operações Técnicas Ltda. em fevereiro de 2000 e não sabe por que apenas em julho passado a empresa registrou seu desligamento na Junta Comercial do Estado de São Paulo. "Para mim, a responsabilidade é deles. Uma vez que assinei, estou fora." A seguir, trechos da entrevista.
 

Folha - Quando o sr. se desligou da LOT Operações Técnicas Ltda.?
Roberto Luiz Bortolotto -
Em fevereiro de 2000 saí da Cia. Construtora Radial, que era a holding, dona da LOT, e fui trabalhar na barragem de Sobradinho (SC) até dezembro [de 2000].

Folha - Até então [dezembro de 2000] não fora feita nenhuma documentação do desligamento?
Bortolotto -
Não, embora eu tenha pedido à empresa.

Folha - Por que não foi feito um documento de seu desligamento em fevereiro mesmo?
Bortolotto -
Isso eu vou até perguntar para a empresa. Eu pedi para eles fazerem. Todo mês eu vinha para São Paulo. Mas me apresentaram o documento em dezembro, eu assinei, e, para mim, estava tudo correto.

Folha - Qual era sua função na LOT Operações Técnicas?
Bortolotto -
Eu era diretor técnico. Nunca fui acionista da LOT. Eu era acionista da Radial.

Folha - O sr. acumulava duas funções, uma na LOT e outra na Radial? E que tipo de serviço a LOT fazia?
Bortolotto
Eu trabalhava só na LOT, na área de limpeza pública.

Folha - Por que o sr. acha que a empresa não registrou sua saída em fevereiro e, depois, em dezembro de 2000?
Bortolotto -
Eu vou perguntar para eles o porquê disso. É responsabilidade deles, embora eu seja co-responsável. Para mim, a responsabilidade é deles; uma vez que assinei, estou fora.

Folha - O sr. considera que a empresa, ao entregar para a comissão de licitação um documento no qual ainda consta seu nome, queria se aproveitar disso de alguma forma?
Bortolotto -
Não. Esse documento, de 1998, era válido na ocasião. Mas, por que ele está lá, não sei se é exigência do edital. Eu não sei nada deste edital, não é da minha pasta, nem posso me meter.

Folha - O sr. não falou mais com o Elias [Chamma, sócio da LOT]?
Bortolotto -
Raramente. Em três anos que estou aqui, se falei uma ou duas vezes com ele foi muito. Eu atendo um monte de empresários aqui. E vou dizer mais: foi feita uma licitação para pavimentação comunitária e a Radial participou. Mas a comissão [de licitação] inabilitou-a por falta de documentação.


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