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CRIMES
Cálculo, de órgão da ONU, leva em conta homicídio, lesão corporal, roubo e furto; Diadema é a mais perigosa da Grande SP
Novo índice aponta cidades mais violentas
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
Um índice de criminalidade aplicado pela primeira vez pelo Ilanud, instituto da ONU (Organização das Nações Unidas) que trata
de segurança, modifica o ranking
das cidades consideradas mais
violentas da Grande SP e região.
Normalmente, a classificação de
cidades e regiões violentas é feita a
partir do índice de homicídio por
100 mil habitantes.
De acordo com esse critério,
Embu, por exemplo, é considerado um município muito violento,
porque lá se registra, em média,
100 assassinatos por 100 mil habitantes -número que o coloca entre as cinco cidades com maior
número de homicídios na região.
Já Mogi das Cruzes não seria
considerada uma cidade muito
violenta, levando-se apenas em
conta seus cerca de 23 homicídios
por 100 mil habitantes.
Inversão
No entanto, de acordo com o
novo índice, essa situação se inverte. Embu fica entre as quatro
cidades menos violentas da Grande São Paulo e Mogi das Cruzes
aparece como o 11º município
mais perigoso entre os 36 analisadas na região metropolitana.
Isso porque o Ilanud desenvolveu uma fórmula que leva em consideração quatro tipos de delito
-lesão corporal, furto e roubo,
além do tradicional homicídio.
A novidade é que o novo índice
leva em consideração mais de um
crime e os atribui pesos diferentes,
de acordo com suas gravidades. O
resultado é um número ponderado que ilustra uma tendência da
violência.
O índice, finalizado no ano final
do ano passado, com os dados do
Seade, varia de 800 a 3.700 pontos.
A tida violenta Embu, por exemplo, somou 1.254,50 pontos. Já o
índice de criminalidade de Mogi
das Cruzes foi 2.254,65 (veja quadro ao lado).
"Qualquer indicador agregado
(no caso desse, composto por quatro tipos de crime) é melhor do
que o unitário (só o número de
homicídios, por exemplo)", disse
o pesquisador do Ilanud Tulio
Kahn, criador do indicador de criminalidade.
Ele faz uma analogia entre esse
indicador e os econômicos para
explicar a importância de se ter
um índice que mostre um conjunto de violência que pode atingir
um maior número de pessoas.
"Não se pode combater a inflação se não há instrumento indicador que a meça. Também não se
tem como medir o impacto das
medidas de segurança pública que
estão sendo colocadas em prática
se não há indicação mais precisa
do aumento ou da diminuição da
violência", afirmou Kahn.
"Em Embu, por exemplo, sabemos que há um problema isolado
de homicídio. Mas os casos de
roubo e furto são pequenos. Então, não se justifica reforçar todo o
aparato policial nessa região",
afirmou o pesquisador.
"Nesse caso, são mais importantes as ações preventivas da polícia,
como fiscalização de bares -onde
há muito homicídio por causa de
discussões, principalmente entre
pessoas embriagadas- e de pessoas portando armas ilegais."
A cidade que obteve maior índice de criminalidade foi Diadema
(3.658,73). São Paulo aparece em
terceiro, com 2.676,29 pontos. São
Bernardo é a cidade menos violenta da região por esse critério. Somou 836,05 pontos.
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