São Paulo, Quarta-feira, 10 de Março de 1999
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Estatística de violência não é confiável

da Sucursal do Rio

Na discussão travada no final do mês passado entre os governos do Rio e de São Paulo sobre onde se mata mais no país, uma das vítimas foi justamente a estatística.
Seja na divulgação de dados reconhecidamente incorretos (Rio), seja na não-divulgação dos números (São Paulo), seja no recolhimento falho de informações sobre criminalidade que vão formar essas estatísticas.
O governador do Rio, Anthony Garotinho, reconhece que os números sobre criminalidade não são precisos. O subsecretário da Segurança Pública do Estado do Rio, Luiz Eduardo Soares, acredita que nenhum levantamento do tipo no Brasil é 100% seguro.
No caso do Rio, o subsecretário avalia que só em um ano, com a conclusão do projeto de informatizar as delegacias da capital, os números serão mais confiáveis.
Hoje, por exemplo, não há nenhum levantamento sobre de que forma os casos identificados inicialmente como ""encontro de cadáveres" são qualificados após o fim do inquérito policial.
No Carnaval deste ano, por exemplo, a PM informou ter registrado 33 homicídios e 48 "encontros de cadáveres". Legalmente, a PM não tem competência para definir o tipo de morte.
O levantamento da PM é considerado mais falho e não costuma ser usado como base para estatísticas oficiais sobre criminalidade. Nesse caso, os dados usados são os da Polícia Civil, que tem a obrigação legal de condução do inquérito. Seus números registraram 105 homicídios durante o Carnaval.


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