PEDRO DANTAS
free-lance para a Folha

Mais de 10 mil pessoas, segundo a PM, participaram ontem de manhã de uma manifestação pela limpeza da praia de Ramos, na baía de Guanabara, uma das mais poluídas do Rio.
Convocado pela ONG Viva Rio, o ato reuniu moradores, pescadores e militantes das causas ecológicas. Crianças abraçaram a praia dentro da água.
Três ônibus foram postos à disposição de moradores da zona sul que quisessem aderir ao protesto, três semanas depois da manifestação pela despoluição da lagoa Rodrigo de Freitas. Mas apenas ativistas do meio ambiente usaram o transporte.
Apesar de muito suja -a cada dia são recolhidos na praia três toneladas de detritos-, Ramos ainda é frequentada por moradores da zona norte e da Baixada Fluminense. "É uma praia 100% imprópria", atestou o gerente regional da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Júlio César de Barros.
As coletas de água semanais do programa de balneabilidade não conseguem precisar o índice de contaminação. "Conseguimos detectar até 16 mil coliformes fecais por cada 100 ml de água. Porém, desde 1997, Ramos não aponta menos que isso", disse Barros. O nível tolerado é de 1.000 coliformes fecais para 100 ml de água.
O objetivo da manifestação é incluir a região na segunda fase do Plano de Despoluição da baía de Guanabara (PDBG).
O secretário estadual do Meio Ambiente, André Corrêa, disse que o cenário muda apenas daqui a 30 anos. "Estamos concluindo quatro estações para tratar 87 toneladas de esgoto por segundo", informou.


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