São Paulo, terça-feira, 10 de abril de 2001

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VIOLÊNCIA

Polícia diz que um dos capturados esteve envolvido em dois homicídios, roubos a aviões da TAM e assaltos a carros-fortes

Presos acusados de liderar tráfico em favela

FERNANDO BARROS
MELISSA DINIZ

DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma operação surpresa na favela da rua Alba, na Vila Santa Catarina (zona sul de São Paulo), a Polícia Militar prendeu ontem de manhã Wallace da Silva, 26, acusado de ser o comandante do tráfico no local e seu "gerente", Luiz Carlos Fernandes, 39.
Silva era procurado desde julho passado, quando fugiu do presídio de Hortolândia (SP) para assumir o controle da favela, após a morte de seu irmão Celso Alexandre da Silva, o Chambau.
Segundo o delegado Olavo Reino Francisco, da 2ª Seccional Sul, também foram apreendidos 124 pedras de crack, um quilo de maconha e duas armas.
Silva movimentava, segundo a polícia, R$ 70 mil por semana com o tráfico e está condenado a mais de 80 anos de prisão.
De acordo com o delegado Francisco, ele esteve envolvido em dois homicídios, roubos a aviões da TAM, em Congonhas, e assaltos a carros-fortes.
A polícia suspeita que Silva tenha sido o mentor das depredações de sete ônibus no mês passado, em protesto pela morte de Larissa Alves de Souza, 5, na favela.
Larissa foi vítima de um tiroteio em uma operação do GOE (Grupo de Operações Especiais) da Polícia Civil. Os moradores da favela acusam os policiais de terem atirado na menina. A polícia afirma que houve troca de tiros.
Após o crime, os moradores disseram à imprensa que o tráfico trazia melhorias à favela.
O delegado da Corregedoria da Polícia Civil, Francisco Luppi, responsável pelo inquérito sobre a morte da menina, diz que o exame de balística ficará pronto em 20 dias. Os policiais envolvidos na ação estão trabalhando em serviços administrativos até que seja concluído o inquérito.
No dia do crime, foram apreendidas três armas calibre 12, duas de posse dos policiais do GOE e uma que foi encontrada na favela.
"Se nenhuma dessas três armas for aquela que disparou os tiros fatais, vou ser obrigado a recolher essas armas apreendidas hoje", disse Luppi.
As armas vão passar pelo teste de picote. De acordo com o delegado, o teste, que será feito pelo Instituto de Criminalística, é garantido. "O pino que faz a cápsula explodir deixa uma marca como se fosse uma impressão digital."


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