em Campina da Lagoa

Alheios ao problemas de fornecimento de energia elétrica, os produtores rurais que tiveram lavouras atingidas pelas quedas da torres esperavam ontem uma definição sobre como receber indenizações das Furnas Centrais Elétricas.
João Pedro Neto, 52, pequeno produtor, disse que perdeu uma vaca atingida por ferragens da torre 454, que fica em sua propriedade rural.
"Além da vaca, no trabalho de reparos o pessoal acabou danificando três hectares de algodão", lamentava o produtor.
Ontem, ele não tinha idéia nem mesmo sobre a quem deveria recorrer sobre os prejuízos.
"Com quem eu falo a resposta é sempre que tem alguém cuidando disso, mas esse alguém esta difícil de encontrar", afirmou.
O funcionário do departamento de indenizações de Furnas, Luiz Soares Gonzaga, disse ontem que "os maiores estragos acontecerão agora, com os trabalhos de montagem e instalação das torres".
Gonzaga não chegou a se encontrar com o produtor Pedro Neto, que continuava sem saber a quem recorrer.
Gonzaga disse que em 15 dias terá o número real de agricultores que serão indenizados e o levantamento das lavouras destruídas.
Ele disse que está fazendo na região um "levantamento preliminar", com as indenizações sendo feitas "de acordo com critérios técnicos da empresa".
Segundo Gonzaga, esses critérios observam parâmetros como a "produtividade média da região, no caso de lavouras, e o preço de mercado na época do pagamento das indenizações".

Curvas de nível

O funcionário de Furnas disse que as curvas de nível danificadas -barreiras construídas na lavouras para evitar erosão- serão reparadas por Furnas, "tão logo os trabalhos com as torres sejam concluídos".
O produtor Carlos Henrique Sler, 45, foi um dos que tiveram curvas de nível de sua propriedade danificadas.
Ele disse que tratores e máquinas destruíram aproximadamente 12 hectares plantados em milho safrinha -plantio fora da época normal de safra.
"Mas o pior mesmo são as curvas de nível, que custam caro para serem feitas", disse o produtor ontem.
(JM)


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