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INVESTIGAÇÃO
Dos 59 processos, 38 apuram irregularidades na gestão Pitta (64,4%); outros 20 (33,9%) são sobre o governo Maluf
Dossiê de Pitta não tem utilidade, diz Marrey
OTÁVIO CABRAL
da Reportagem Local
O suposto
dossiê com denúncias contra
Paulo Maluf e
outros ex-prefeitos de São
Paulo não passa
de um "amontoado de papéis" sem qualquer utilidade para a investigação sobre a
máfia da propina.
Os papéis foram entregues anteontem pelo prefeito Celso Pitta
ao procurador-geral de Justiça de
São Paulo, Luiz Antônio Marrey.
Ontem, Marrey mostrou os papéis,
que estavam em uma pasta de plástico verde, à imprensa.
Marrey declarou que resolveu
mostrar a pasta para "não alimentar expectativas na opinião pública", já que os documentos "não
têm nada de bombástico".
A pasta contém 59 processos que
foram encaminhados pelo prefeito
em 99. Entre os processos, estão
inquéritos administrativos, sindicâncias e verificações de procedimentos de funcionários da prefeitura. Nenhum deles foi concluído e
nenhum funcionário foi punido. A
maioria dos processos foi instaurada após denúncias do Ministério
Público ou depois da publicação
de reportagens sobre irregularidades na prefeitura.
A intenção de Pitta em mostrar
que a rede de corrupção na prefeitura existe há pelo menos duas gestões, anunciada no domingo por
seu advogado, Cid Vieira de Souza
Filho, não teve sucesso.
Dos 59 processos, 38 apuram supostas irregularidades durante a
gestão Pitta (64,4%). Outros 20
processos, 33,9% do total, são sobre casos do governo Maluf (93-96). Um único processo envolve a
administração Luiza Erundina
(PSB), entre 89 e 92. Na época, ela
estava filiada ao PT.
A maior parte dos inquéritos investiga irregularidades cometidas
por fiscais de administrações regionais, como cobrança de propina de camelôs. Um deles, aberto
em 99, apura o sumiço de armas da
Guarda Civil Metropolitana em 93.
Os funcionários suspeitos continuam trabalhando normalmente.
Pelo menos três papéis haviam saído do próprio Ministério Público,
pedindo informações à prefeitura.
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