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TORTURA
Ministério da Justiça começará campanha em junho para incentivar notificações e instalará um disque-denúncia
Brasil diz a ONU que 16 já foram punidos
DA REPORTAGEM LOCAL
Na "prestação de contas" que
fez ontem ao Comitê de Direitos
Humanos da Organização das
Nações Unidas, em Genebra (Suíça), a missão brasileira se esforçou por mostrar que a impunidade em casos de tortura no país
não é tão grande quanto afirmam
as entidades e a própria ONU.
A comitiva sustentou que, desde a publicação da lei contra a tortura, em 97, 16 pessoas foram condenadas. Há ainda, segundo os representantes do governo brasileiro, 256 inquéritos em trâmite.
O principal questionamento da
ONU dizia respeito ao fato de que,
segundo relatores da organização,
só uma pessoa havia sido punida
por tortura no Brasil, apesar de o
próprio país admitir que essa é
uma prática disseminada.
As indagações foram feitas anteontem, após o Brasil apresentar
o primeiro relatório sobre tortura.
A comitiva brasileira procurou
ontem mostrar ao Comitê de Direitos Humanos que só agora estão sendo sentidos os resultados
porque um processo penal dura
entre quatro e cinco anos, afirma
o chefe de gabinete da Secretaria
de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Marcos Gama.
Os planos do ministério para
combater a tortura incluem uma
campanha publicitária para estimular a população a denunciar
casos e a instalação de um disque-denúncia nacional em junho.
As medidas são insuficientes,
segundo a Anistia Internacional.
"A campanha deveria ser uma pequena parte do todo", diz Tim Cahill, pesquisador da entidade.
Como "todo", Cahill entende
treinamento da polícia -"que
não sabe investigar, por isso tortura"- e capacitação do Ministério Público e da Justiça -"porque (...) falta nessas instâncias o
correto entendimento da lei".
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