São Paulo, domingo, 10 de maio de 2009

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Rio reforça monitoramento de passageiros

Voos procedentes de países em que há registros de casos da gripe suína passam por procedimentos mais rigorosos

Para a Organização Mundial da Saúde, a vigilância reforçada em aeroportos pode adiar, mas não conter a propagação da doença


Marco Antônio Teixeira/Agência O Globo
Funcionário do aeroporto do Galeão, no Rio, usa máscara para se proteger do vírus da gripe suína

DA SUCURSAL DO RIO

Após registrar o primeiro caso de transmissão da gripe suína no país, as autoridades de saúde do Rio de Janeiro reforçaram o monitoramento dos passageiros que chegam em voos internacionais, principalmente de países onde já foram registrados casos da doença.
O primeiro voo a passar pelo procedimento foi o 0905 da American Airlines, procedente de Miami, com 175 pessoas. Os passageiros foram informados da fiscalização ainda na aeronave, desembarcaram em área isolada e foram levados a uma sala de acesso restrito, onde preencheram um formulário em que indicavam se apresentavam sintomas da gripe.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, daqui para a frente o procedimento será feito normalmente durante o desembarque, mesmo se não houver suspeita de passageiros doentes no voo.
O secretário municipal de Saúde do Rio, Hans Dohmann, afirmou que não foi identificado nenhum passageiro com os sintomas no voo de Miami. A medida, por enquanto, está restrita ao Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão), no Rio.
Côrtes definiu a operação como um "aumento da sensibilidade" na procura por pacientes que apresentem os sintomas e afirmou que todos os voos internacionais que chegam ao Rio serão alvo dessa estratégia.
"Os passageiros que saírem dos voos responderão a simples perguntas. A primeira é se ele tem algum sintoma relacionado a febre e tosse. Se tiver, será encaminhado para o nosso setor de triagem que foi criado em parceria com a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]", disse.
Para a Organização Mundial da Saúde, a vigilância em aeroportos pode adiar, mas não conter a propagação da doença.
Côrtes reconheceu que a medida só conseguirá atingir passageiros que já apresentam os sintomas da gripe durante o desembarque. "Obviamente nem essa abordagem vai conseguir resolver todos os casos. Quem não tem sintoma, você só vai conseguir identificar depois que ele procurar uma unidade de saúde em sua cidade."
Mesmo os voos que chegam ao país primeiro em São Paulo e depois seguem para o Rio serão abordados. "Vamos fiscalizar independentemente do trabalho que tenha sido feito em São Paulo", diz Dohmann.
A estudante Renata Lobo Figueira afirmou que a vigilância no Rio é muito maior do que nos Estados Unidos, onde há 1.639 pessoas infectadas pelo vírus. Lá, segundo ela, não houve nenhum tipo de abordagem.
No aeroporto de Cumbica (Grande SP), na manhã de ontem, passageiros vindos do exterior apenas recebiam um folheto com informações sobre a doença e ouviam um alerta sonoro recomendando que quem apresentasse sintomas procurasse um médico da Anvisa.
Um técnico do órgão acompanhou o desembarque de um voo vindo do México, mas não realizou nenhum tipo de exame ou abordagem a passageiro.


Colaborou a Reportagem Local


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