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Promotoria acusa vereador de usar nota fria
Arselino Tatto (PT) deve ser denunciado à Justiça Eleitoral amanhã por supostas irregularidades em suas contas de campanha
Ministério Público Eleitoral prepara mais ações; 46 dos 55 vereadores de São Paulo, além do prefeito Kassab, estão sob investigação
DA REPORTAGEM LOCAL
O promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes, da 1ª Zona
Eleitoral de São Paulo, apresenta amanhã denúncia contra
o vereador Arselino Tatto (PT)
por suposto crime eleitoral.
Segundo o promotor, Tatto,
que foi presidente da Câmara
Municipal paulistana, usou nove notas fiscais frias - num total de R$ 40 mil - na prestação
de contas apresentada à Justiça
Eleitoral referente à campanha
do ano passado, quando obteve
o seu sexto mandato.
Se for condenado, disse o
promotor, o parlamentar, que
faz oposição ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), estará sujeito à perda de mandato, a ficar
inelegível e à pena de até cinco
anos de prisão. "Esse é um caso
escandaloso. São notas geladas", afirmou o promotor.
A denúncia contra o petista
deve ser a primeira de uma série que o Ministério Público
Eleitoral pretende protocolar
nas próximas semanas.
Os promotores investigam
pelo menos 46 dos 55 vereadores eleitos em São Paulo, além
do próprio prefeito Kassab, por
suspeita de irregularidades no
financiamento de suas campanhas no ano passado.
Notas frias
Segundo o Ministério Público, as "notas frias" que constam
da prestação de contas de Tatto
foram emitidas pela Proresult
Serviços Administrativos, que
tem entre os seus sócios o chefe
de gabinete do vereador, Osvaldir Barbosa de Freitas.
Freitas foi chefe do serviço
funerário municipal durante a
gestão da ex-prefeita petista
Marta Suplicy (2001-2004).
"Isso, por si só, já é ilegal. Um
chefe de gabinete não pode ter
uma empresa prestadora de
serviços", afirmou Lopes.
Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o endereço
registrado nas notas é de uma
loja de cosméticos localizada
em Santo Amaro, na zona sul.
De acordo com o promotor, o
parlamentar foi intimado a
comparecer ontem à Justiça
Eleitoral, mas não apareceu.
A Folha deixou recados ontem no celular de Tatto. Ele
não havia ligado de volta até o
fechamento desta edição.
Em entrevista a "O Estado de
S. Paulo" publicada ontem, ele
afirmou que suas contas estão
"em ordem" e se disse surpreso
com as acusações.
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