São Paulo, domingo, 10 de maio de 2009

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Promotoria acusa vereador de usar nota fria

Arselino Tatto (PT) deve ser denunciado à Justiça Eleitoral amanhã por supostas irregularidades em suas contas de campanha

Ministério Público Eleitoral prepara mais ações; 46 dos 55 vereadores de São Paulo, além do prefeito Kassab, estão sob investigação


DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, apresenta amanhã denúncia contra o vereador Arselino Tatto (PT) por suposto crime eleitoral.
Segundo o promotor, Tatto, que foi presidente da Câmara Municipal paulistana, usou nove notas fiscais frias - num total de R$ 40 mil - na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral referente à campanha do ano passado, quando obteve o seu sexto mandato.
Se for condenado, disse o promotor, o parlamentar, que faz oposição ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), estará sujeito à perda de mandato, a ficar inelegível e à pena de até cinco anos de prisão. "Esse é um caso escandaloso. São notas geladas", afirmou o promotor.
A denúncia contra o petista deve ser a primeira de uma série que o Ministério Público Eleitoral pretende protocolar nas próximas semanas.
Os promotores investigam pelo menos 46 dos 55 vereadores eleitos em São Paulo, além do próprio prefeito Kassab, por suspeita de irregularidades no financiamento de suas campanhas no ano passado.

Notas frias
Segundo o Ministério Público, as "notas frias" que constam da prestação de contas de Tatto foram emitidas pela Proresult Serviços Administrativos, que tem entre os seus sócios o chefe de gabinete do vereador, Osvaldir Barbosa de Freitas.
Freitas foi chefe do serviço funerário municipal durante a gestão da ex-prefeita petista Marta Suplicy (2001-2004). "Isso, por si só, já é ilegal. Um chefe de gabinete não pode ter uma empresa prestadora de serviços", afirmou Lopes.
Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o endereço registrado nas notas é de uma loja de cosméticos localizada em Santo Amaro, na zona sul.
De acordo com o promotor, o parlamentar foi intimado a comparecer ontem à Justiça Eleitoral, mas não apareceu.
A Folha deixou recados ontem no celular de Tatto. Ele não havia ligado de volta até o fechamento desta edição.
Em entrevista a "O Estado de S. Paulo" publicada ontem, ele afirmou que suas contas estão "em ordem" e se disse surpreso com as acusações.


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