São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Família conforma-se com a notícia

DA SUCURSAL DO RIO

A família de Tim Lopes e a Rede Globo aceitaram a informação da polícia de que o jornalista está morto. Em mensagem divulgada logo após a confirmação da morte de seu marido pela polícia, a mulher de Lopes, Alessandra Wagner, pediu a todos que continuem rezando por ele e que "Tim continua vivo dentro de nós".
"O momento não é de revolta. O Tim, até então, estava nos ajudando, mas Deus está agora precisando dele ao lado para ajudar no mundo todo. Que todos continuem nesta corrente de positividade porque, onde estiver, Tim estará recebendo o nosso carinho e essa luz. Que este sacrifício não tenha sido em vão", afirmou.
O filho do jornalista, Bruno Lopes, 19, disse emocionado que "pai não é apenas aquele que nos traz ao mundo, mas sim a pessoa que nos serve de espelho e nos acolhe física e espiritualmente".
Apesar de os familiares terem se mostrado conformados com a morte de Tim Lopes, seu concunhado, o advogado André Martins, afirmou que os parentes ainda esperam uma informação "mais conclusiva". "Se há um homicídio, tem que haver um corpo. A gente quer manter a esperança como é passível em todo ser humano", declarou.

Globo
Em nota oficial, a TV Globo afirmou que o episódio deve servir de alerta para que as autoridades dêem um basta definitivo à violência e à criminalidade.
"Tim Lopes era um apaixonado pelo jornalismo investigativo e se orgulhava dos resultados positivos de cada denúncia que fazia. Não permitamos que sua morte tenha sido em vão", diz a nota, assinada pelo diretor da Central Globo de Jornalismo, Carlos Henrique Schroder.
Na nota, a emissora afirmou que Tim Lopes morreu realizando um trabalho que ressalta o lado mais nobre do jornalismo: empenhar-se com tenacidade, mas dentro dos limites rígidos que minimizem os riscos, para revelar os lados obscuros da sociedade. "Mesmo diante desse atentado, a imprensa brasileira não abrirá mão do seu papel", disse.
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) afirmou que Tim Lopes morreu quando investigava uma atividade criminosa insuportável e sua morte negou à sociedade a informação desse crime e prejudicou a sua eliminação.

Observador
O desaparecimento de Tim Lopes gerou preocupação entre organizações internacionais. A SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) enviou ao Rio um representante para acompanhar de perto as investigações sobre o sumiço do jornalista.
A governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), afirmou que a morte de Tim Lopes foi um "crime com requintes de crueldade". Segundo ela, a polícia vai trabalhar incessantemente para prender o traficante Elias Maluco.


Texto Anterior: Policiais são mortos no Rio
Próximo Texto: Grupo da PF irá para o Rio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.