São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 2002

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Policiais são mortos no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Rio de Janeiro teve ontem mais um dia de violência. Dois policiais militares foram assassinados de madrugada, em Irajá (zona norte). Na Ilha do Governador, também na zona norte, dois supostos traficantes morreram em tiroteio com policiais do 17º Batalhão da Polícia Militar, na favela João Telles. No confronto, quatro pessoas ficaram feridas, entre elas uma criança de cinco anos que foi baleada no fêmur.
O crescente aumento da violência resultou na criação de uma força-tarefa, reunindo a polícia local, a Polícia Federal e as Forças Armadas. Na última sexta, chegou ao Rio um efetivo de 50 policiais federais do Comando de Ações Táticas de Brasília.
Mas a força-tarefa já está gerando divergências. O secretário de Segurança Pública, Roberto Aguiar, disse que não foi comunicado oficialmente sobre a chegada dos policiais federais ao Rio.
"Os policiais chegaram, mas não vieram falar com a gente. Então é um negócio retórico. O que sabemos é que os policiais federais receberão treinamento do Bope [Batalhão de Operações Especiais da PM" para que saibam atuar em zonas de alto risco do Rio. Ainda não houve uma articulação com a PF do Rio", disse.
Antes mesmo de ser criada, a força-tarefa já era polêmica. A governadora Benedita da Silva (PT) disse que só aceitaria a criação do grupo desde que o governo do Rio ficasse à frente das decisões.
Na época, a governadora declarou que não via com bons olhos a idéia de as Forças Armadas participarem do combate ao tráfico de drogas, conforme foi sugerido pelo ministro da Defesa, Geraldo Quintão. Ela disse que as Forças Armadas só deveriam fazer trabalho social nas comunidades.
Dias depois, ela pediu a Quintão ajuda da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Segundo o pedido, elas atuariam na investigação sobre o contrabando de armas militares e no patrulhamento aéreo para descobrir pistas clandestinas usadas por traficantes. (MHM e TALITA FIGUEIREDO)


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