São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2005

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TRANSPORTE

Prefeitura exigirá cartão personalizado de quem quiser usar mais de quatro ônibus no intervalo de duas horas

Gestão Serra cria restrição para bilhete único

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo José Serra (PSDB) vai adotar regras mais rígidas para a utilização do bilhete único: quem quiser fazer mais de quatro viagens no intervalo de duas horas -pagando somente R$ 2- deverá ter um cartão personalizado, com nome e dados cadastrais.
A medida recebeu aval do prefeito para ser implantada nas próximas semanas. Ela será divulgada como forma de combater fraudes. Só não foi anunciada ainda porque a prefeitura prepara uma campanha de esclarecimento.
Conforme divulgou a Folha no mês passado, há 25 mil casos por dia -0,5% do total- de cartões que registram mais de cinco viagens no intervalo de duas horas.
Ontem, pela primeira vez, a prefeitura também admitiu que já existe uma limitação do cartão: ele pode ser usado em no máximo oito ônibus com uma só tarifa. "Já funcionava assim quando assumimos", diz Frederico Bussinger, secretário dos Transportes.
Com as alterações no bilhete, quem já tem um cartão personalizado -idosos, estudantes, vale-transporte- não deverá enfrentar limitação diferente da atual.
A mudança vale para os que têm cartões comuns, adquiridos em casas lotéricas ou postos da SPTrans (São Paulo Transporte). Quem quiser manter seu bilhete sem identificação poderá fazer no máximo quatro viagens -a primeira paga e três gratuitas.
A divulgação das alterações está sendo precedida de uma ofensiva contra fraudadores -o que, para os tucanos, é uma maneira de diminuir possíveis resistências.
Ontem, a SPTrans montou uma operação com a GCM (Guarda Civil Metropolitana), que deteve à tarde sete pessoas participando do chamado "golpe da janela".
Cinco delas, que mantinham 53 cartões, vendiam a passagem por R$ 1 no centro mediante a devolução pela janela. Dois homens foram indiciados por estelionato.
Duas mulheres que compraram dos fraudadores foram detidas para prestar esclarecimentos.
Os acusados disseram haver conivência de funcionários dos terminais, os quais repassariam para eles alguns bilhetes apreendidos.


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