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SAÚDE NA UTI
Hospital em Juiz de Fora não cumpriu ações para regularizar situação, como melhorar higiene
Falta de higiene interdita maternidade
DA AGÊNCIA FOLHA
A Prefeitura de Juiz de Fora
(município a 255 km de Belo
Horizonte) interditou ontem a
maternidade Therezinha de Jesus -um dos hospitais mais antigos da cidade- por falta de
condições sanitárias.
A descoberta, na terça-feira,
dos corpos de dois bebês gêmeos
prematuros sobre a bancada do
necrotério da maternidade agravou a situação. Os bebês -que
morreram menos de uma hora
após o parto- ficaram ali por
cinco dias, de acordo com a administração municipal.
A maternidade não cumpriu 5
de 32 medidas que deveriam ser
seguidas em 24 horas, prazo que
venceu na última segunda-feira.
Entre as irregularidades apontadas pelas vigilâncias sanitárias
municipal e estadual estão a ausência de controle de temperatura nas geladeiras de hemoderivados e de alimentos e sujeira no
berçário, na sala de cirurgia e na
unidade intermediária.
A Vigilância Sanitária estadual
também identificou frascos de
éter, álcool e outros líquidos
com validade vencida e restos de
placenta na área de expurgo (de
lavagem e desinfecção de materiais) do hospital, que é privado.
Segundo a Prefeitura de Juiz de
Fora, dos 1.826 partos ocorridos
na cidade de janeiro a abril, 37%
foram feitos na maternidade.
Os pacientes tiveram de ser
transferidos para outros hospitais da cidade. Restaram apenas
cinco mulheres recém-operadas, com alta prevista para hoje.
A maternidade, de 79 anos,
possui 52 leitos, sendo que 40
deles são utilizados pelo SUS
(Sistema Único de Saúde).
Problemas antigos
O pedido de interdição do local foi feito pelo Ministério Público do Estado, que em 1999 já
havia acertado termo de ajustamento de conduta com a maternidade para cumprimento de
medidas que regularizassem os
problemas listados na época.
Naquele ano, por causa das irregularidades encontradas, a secretaria municipal de Saúde suspendeu para a unidade, durante
90 dias, a emissão de AIHs (autorizações de internação hospitalar) do SUS, referências utilizadas para pagamento dos serviços prestados.
A reportagem entrou em contato com a maternidade Therezinha de Jesus ontem, mas foi informada por funcionários de
que os responsáveis pela instituição não estavam.
(THIAGO GUIMARÃES)
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