São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2005

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SAÚDE NA UTI

Hospital em Juiz de Fora não cumpriu ações para regularizar situação, como melhorar higiene

Falta de higiene interdita maternidade

DA AGÊNCIA FOLHA

A Prefeitura de Juiz de Fora (município a 255 km de Belo Horizonte) interditou ontem a maternidade Therezinha de Jesus -um dos hospitais mais antigos da cidade- por falta de condições sanitárias.
A descoberta, na terça-feira, dos corpos de dois bebês gêmeos prematuros sobre a bancada do necrotério da maternidade agravou a situação. Os bebês -que morreram menos de uma hora após o parto- ficaram ali por cinco dias, de acordo com a administração municipal.
A maternidade não cumpriu 5 de 32 medidas que deveriam ser seguidas em 24 horas, prazo que venceu na última segunda-feira.
Entre as irregularidades apontadas pelas vigilâncias sanitárias municipal e estadual estão a ausência de controle de temperatura nas geladeiras de hemoderivados e de alimentos e sujeira no berçário, na sala de cirurgia e na unidade intermediária.
A Vigilância Sanitária estadual também identificou frascos de éter, álcool e outros líquidos com validade vencida e restos de placenta na área de expurgo (de lavagem e desinfecção de materiais) do hospital, que é privado.
Segundo a Prefeitura de Juiz de Fora, dos 1.826 partos ocorridos na cidade de janeiro a abril, 37% foram feitos na maternidade.
Os pacientes tiveram de ser transferidos para outros hospitais da cidade. Restaram apenas cinco mulheres recém-operadas, com alta prevista para hoje.
A maternidade, de 79 anos, possui 52 leitos, sendo que 40 deles são utilizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Problemas antigos
O pedido de interdição do local foi feito pelo Ministério Público do Estado, que em 1999 já havia acertado termo de ajustamento de conduta com a maternidade para cumprimento de medidas que regularizassem os problemas listados na época.
Naquele ano, por causa das irregularidades encontradas, a secretaria municipal de Saúde suspendeu para a unidade, durante 90 dias, a emissão de AIHs (autorizações de internação hospitalar) do SUS, referências utilizadas para pagamento dos serviços prestados.
A reportagem entrou em contato com a maternidade Therezinha de Jesus ontem, mas foi informada por funcionários de que os responsáveis pela instituição não estavam. (THIAGO GUIMARÃES)


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