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"Padre prejudicou a nossa vida", diz um dos acusados
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois dos quatro acusados pelo Ministério Público de integrar uma quadrilha que extorquiu dinheiro do padre Júlio
Lancelotti deixaram ontem a
prisão afirmando que o pároco
quase destruiu suas vidas.
"O padre Júlio prejudicou a
nossa vida. Fomos acusados de
algo que não fizemos e ficamos
impossibilitados de ficar com
nossos filhos", disse, ao sair da
prisão, Everson Guimarães, 27,
que é pai de três crianças -de
sete, seis e dois anos.
Ao deixar o CDP Belém, na
companhia do irmão Evandro,
29, e do advogado Nelson Bernardo da Costa, os dois homens
que foram acusados pela Promotoria se emocionaram ao se
lembrar da família.
Evandro afirmou que a prisão lhe trouxe a decepção de
não acompanhar o nascimento
do seu primeiro filho. "Foi ruim
não poder vê-lo nascer. Ele se
chama Gabriel. Agora está com
seis meses. Só vi depois de alguns meses, aqui na cadeia.
Mas isso não é ambiente para
se trazer um nenê."
De acordo com os dois, Anderson Marcos Batista emagreceu 20 kg até agora desde que
foi preso. "Ele está bastante
abatido", disse Evandro. Tanto
ele quanto o seu irmão só aceitaram falar com a imprensa pela janela do carro do advogado.
Questionados se têm mágoa
do padre, os dois afirmaram
que "não" e que ambos trabalhavam para Anderson, na pensão que ele mantinha com a
mulher, Conceição, quando foram acusados de pertencer à
suposta quadrilha que quis extorquir o padre Júlio.
"Graças a Deus, a Justiça foi
feita. Sofremos muito aqui dentro, não por ameaças de outros
presos. Jamais fomos ameaçados. Sofremos porque ficamos
quase sete meses presos sendo
inocentes", disse Everson.
Evandro afirmou que eles ficavam numa cela com mais sete presos. "Agora quero esquecer. Quero trabalhar."
(AC e KT)
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