São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2008

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"Padre prejudicou a nossa vida", diz um dos acusados

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois dos quatro acusados pelo Ministério Público de integrar uma quadrilha que extorquiu dinheiro do padre Júlio Lancelotti deixaram ontem a prisão afirmando que o pároco quase destruiu suas vidas.
"O padre Júlio prejudicou a nossa vida. Fomos acusados de algo que não fizemos e ficamos impossibilitados de ficar com nossos filhos", disse, ao sair da prisão, Everson Guimarães, 27, que é pai de três crianças -de sete, seis e dois anos.
Ao deixar o CDP Belém, na companhia do irmão Evandro, 29, e do advogado Nelson Bernardo da Costa, os dois homens que foram acusados pela Promotoria se emocionaram ao se lembrar da família.
Evandro afirmou que a prisão lhe trouxe a decepção de não acompanhar o nascimento do seu primeiro filho. "Foi ruim não poder vê-lo nascer. Ele se chama Gabriel. Agora está com seis meses. Só vi depois de alguns meses, aqui na cadeia. Mas isso não é ambiente para se trazer um nenê."
De acordo com os dois, Anderson Marcos Batista emagreceu 20 kg até agora desde que foi preso. "Ele está bastante abatido", disse Evandro. Tanto ele quanto o seu irmão só aceitaram falar com a imprensa pela janela do carro do advogado.
Questionados se têm mágoa do padre, os dois afirmaram que "não" e que ambos trabalhavam para Anderson, na pensão que ele mantinha com a mulher, Conceição, quando foram acusados de pertencer à suposta quadrilha que quis extorquir o padre Júlio.
"Graças a Deus, a Justiça foi feita. Sofremos muito aqui dentro, não por ameaças de outros presos. Jamais fomos ameaçados. Sofremos porque ficamos quase sete meses presos sendo inocentes", disse Everson.
Evandro afirmou que eles ficavam numa cela com mais sete presos. "Agora quero esquecer. Quero trabalhar." (AC e KT)


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