São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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DISQUETES DA RECEITA
Nova regra implica mais custo
Governo quer mudar normas de segurança para evitar vazamentos

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de identificar que os dados de contribuintes vendidos no mercado foram copiados da base de dados do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), a Receita Federal vai exigir normas de segurança mais rígidas na prestação do serviço. A portaria deve ser publicada hoje no "Diário Oficial" da União.
A lista das novas regras significará um aumento de custo para a Receita. Numa avaliação preliminar, apenas a exigência de que todos os dados sejam criptografados pode custar aos cofres públicos um adicional de R$ 40 milhões, segundo Wolney Martins, diretor-superintendente do Serpro. A Receita gasta com o Serpro cerca de R$ 200 milhões por ano.
O susto do Serpro, que significa para os contribuintes o acesso a seus dados confidenciais, fez com que fossem antecipados investimentos só previstos para o final do ano que vem, como a compra de sistemas que identificam impressões digitais dos funcionários que têm acesso aos dados.
Até o momento, o Serpro analisou 120 bilhões de registros atrás de pistas do responsável, sem nenhum sucesso. Segundo Martins, dos 5.000 funcionários do Serpro, cerca de 600 possuem senhas de acesso aos dados da Receita.
Além do criminoso que copiou os dados, a Receita quer saber se as normas de segurança antes estabelecidas estavam sendo cumpridas. "Caso seja comprovado o descumprimento, a diretoria do Serpro será considerada responsável", disse Pedro Luiz Gonçalves Bezerra, coordenador-geral de tecnologia de Sistemas e Informações da Receita.


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