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LEI SECA
Caiu liminar que impedia o fechamento durante a madrugada; prefeitura promete iniciar fiscalização pela zona sul
Justiça proíbe bar aberto depois da 1 h
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo irá
reativar o toque de recolher para
os bares da capital, um ano após a
aprovação da lei municipal que
restringiu o funcionamento dos
estabelecimentos de madrugada,
dando início a uma briga judicial.
É que os donos de bares perderam na Justiça, na última quinta-feira, a liminar que os autorizava
desde julho do ano passado a funcionar depois da 1h.
As blitze municipais devem recomeçar a partir do próximo fim-de-semana, segundo o secretário
municipal de Governo, Arnaldo
Faria de Sá, apesar dos recursos
anunciados pelas entidades que
representam os comerciantes.
A lei (nº 12.879 de 99) determina
o fechamento à 1h de bares que
não trabalhem de portas fechadas
e não tenham estacionamento, segurança e isolamento acústico. A
multa para quem descumprir a
determinação é de R$ 14 mil e, em
caso de reincidência, há o fechamento administrativo.
A prefeitura já definiu por onde
irá começar a fiscalização: a região de Santo Amaro (zona sul),
uma das mais violentas. ""A intenção básica é fechar os bares que tiveram mais de um crime com
morte", afirmou Sá.
A escolha foi feita com base em
um levantamento da Secretaria da
Segurança Pública, a partir das
ocorrências de assassinato.
No ano passado, a fiscalização
começou pelas áreas mais centrais, acirrando a polêmica em
torno da eficácia da lei que, segundo seu autor, o vereador Jooji
Hato (PMDB), deve ajudar a
combater a criminalidade.
O secretário quer unir fiscais,
guardas municipais e a polícia
nessas operações.
O Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São
Paulo deve recorrer da suspensão
da liminar ao Tribunal de Justiça
logo que a decisão da 1ª Vara da
Fazenda Pública for publicada no
""Diário Oficial" -isso deve ocorrer ainda hoje. ""Os próprios números da polícia mostram que os
crimes violentos caem após a
meia-noite", disse José Francisco
Vidotto, diretor do departamento
jurídico da entidade.
O sindicato calcula que a lei coloca em risco o emprego de boa
parte dos 400 mil funcionários do
setor na capital, uma vez que os
bares serão obrigados a fechar
mais cedo. Para Vidotto, por falta
de espaço físico, nem 1% dos 40
mil estabelecimentos tem como
se adequar à lei.
O sindicato e a Abredi (Associação dos Bares e Restaurantes Diferenciados), outra entidade que recorreu à Justiça contra a lei, irão
procurar a prefeitura para tentar
negociar uma outra saída.
No ano passado, a lei vigorou
por dois dias e foi suspensa pela
juíza da 7ª Vara da Fazenda Pública, Silvia Maria Meirelles Novaes
de Andrade. Ela entendeu que a
lei valia apenas para os estabelecimentos que vendiam exclusivamente bebidas alcoólicas -a definição de bar.
O prefeito Celso Pitta tem usado
a Guarda Civil Metropolitana para dar visibilidade à sua administração, após as sucessivas denúncias de irregularidades.
Nos últimos dias, a prefeitura
declarou guerra aos flanelinhas
que ficam nos cruzamentos. Carros da GCM estão protegendo,
desde sábado passado, quatro velórios na periferia da cidade.
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