São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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Pesquisa traça perfil em Minas

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Pesquisa feita pela Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros) conseguiu quantificar o número de adolescentes em situação de exploração social em 96 municípios do norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha.
O trabalho, coordenado pelo professor Nebson Escolástico da Paixão, identificou 4.120 adolescentes (348 homens e 3.772 mulheres) que se prostituem.
Esse grupo trabalha com garotos e garotas de programa, que atendem chamados por telefone ou em casa -ou seja, fora de bordéis e pontos de prostituição.
A pesquisa também fez entrevistas com 235 adolescentes que confirmaram estar na prostituição diariamente, a maioria delas em postos de combustíveis e bares localizados no trecho mineiro da BR-218, a rodovia Rio-Bahia.
Também foram ouvidas 1.619 prostitutas que disseram ter começado a "trabalhar com o corpo" entre 10 e 18 anos.
Os depoimentos, segundo Paixão, são de uma naturalidade perturbadora. Uma menina contou que faz sexo oral ""em promoção" por R$ 1,99 como se estivesse brincando.
"Chegamos à conclusão de que os fatores culturais e os socioeconômicos da região determinam o destino desses jovens", afirmou.
A pesquisa identificou ainda 255 locais de prostituição infanto-juvenil nos 96 municípios. São postos de combustíveis, praças, bordéis, boates, restaurantes e hotéis. Em cada local, há uma média de sete adolescentes sendo explorados. (AC)


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