|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Paralisação por mais professores completa hoje 71 dias na FFLCH; estudantes protestaram durante desfile do 9 de Julho
Alunos da USP serão recebidos por Alckmin
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de um protesto realizado durante o desfile comemorativo do 9 de Julho, o governador
Geraldo Alckmin (PSDB) aceitou
receber pessoalmente os alunos
da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da
USP), em greve há 71 dias pela
contratação de mais professores.
Uma audiência foi marcada para hoje à tarde no Palácio dos
Bandeirantes. Os estudantes enviarão uma comissão de seis representantes (um de cada curso
da FFLCH e mais um da pós-graduação), mas prometem uma
mobilização maior do lado de fora da sede do governo paulista.
Para os grevistas, o encontro
marcado com o governador foi
uma grande vitória política e abre
uma nova frente de negociação.
Antes de falar diretamente com os
estudantes, entretanto, Alckmin
disse aos jornalistas que os problemas da unidade e da USP são
de "ordem interna" e que não caberia ao governo interferir.
Os alunos da FFLCH querem
259 novos professores, o que diminuiria, na avaliação deles, a superlotação das salas de aula de alguns cursos. Segundo a diretoria
da unidade, a relação entre o números de estudantes e de professores é hoje de 35,2 para 1, quando
a média da USP é de 14 para 1.
Na semana passada, os grevistas
rejeitaram a mais recente proposta da universidade. A oferta era de
91 novos docentes, sendo 45 neste
ano e mais 46 até 2004.
"A atitude dele [Alckmin" foi
democrática, o que é bom porque
as negociações com a reitoria,
acho, estão saturadas", afirmou
Antônio David, estudante de filosofia que participou da comissão
tripartite e um dos que serão recebidos hoje pelo governador.
"Ei, governador, cadê meu professor?" e "USP na rua, Alckmin a
culpa é sua" foram dois dos gritos
de guerra usados pelos cerca de 50
estudantes que passaram pelo
menos meia hora ontem em frente à tribuna de onde as autoridades assistiam à parada militar, na
avenida Pedro Álvares Cabral.
Os manifestantes não paravam
de gritar a cada intervalo na passagem do desfile. Um grupo mais
exaltado entoou: "Alckmin, ladrão, cadê a verba da educação".
"O protesto está equivocado
porque a universidade conquistou autonomia", afirmou Alckmin, depois do fim do desfile. "É
natural que eles se manifestem,
mas a manifestação precisa ser
feita junto à universidade e não
junto ao governo", disse.
Como os manifestantes não paravam de gritar e queriam entregar uma carta ao governador,
Alckmin decidiu, cercado por seguranças, conversar com eles e finalmente marcou a audiência.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Cursos sequenciais crescem 269% no país em 2 anos Índice
|