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Cursos sequenciais crescem 269% no país em 2 anos
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Criados como uma alternativa de curta duração aos cursos de nível superior, os cursos sequenciais apresentaram um forte crescimento nos últimos dois anos.
De acordo com dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação), houve um aumento de 269% na oferta dessa modalidade no país. Em 2000, eram 178. Hoje já são 656.
Os cursos sequenciais foram criados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996. Eles têm carga horária e duração menor do que cursos de graduação tradicionais (em média dois anos) e não habilitam quem o completa a seguir a carreira acadêmica, fazendo mestrado ou doutorado.
O modelo, inspirado em experiências de países como a França,
tem o objetivo de preparar quem
tem diploma de nível médio para
o mercado ou complementar a
formação de quem fez graduação.
Apesar do crescimento, a quantidade de cursos sequenciais no
Brasil é pequena se comparada
aos cursos de graduação: 22.828.
Segundo o Censo do Ensino Superior, a oferta desses cursos está
concentrada na iniciativa privada:
apenas 29% dos sequenciais são
de instituições públicas.
A expansão dessa modalidade
de curso em universidades públicas tem enfrentado resistência da
comunidade acadêmica. Em São
Paulo, o Cruesp (Conselho de
Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) apresentou no
ano passado uma proposta de
criação de mais de 90 mil vagas
em cursos sequenciais. As associações de docentes e boa parte
dos professores foram contra.
Para o vice-presidente da
Adusp (Associação dos Docentes
da Universidade de São Paulo),
Otaviano Helene, a proposta dos
cursos sequenciais não se adapta
às necessidades brasileiras. "Nos
países desenvolvidos, esses cursos
fazem sentido porque o ensino
superior tradicional está quase
universalizado. Não é o caso brasileiro", diz.
O presidente do Crub (Conselho de Reitores das Universidades
Brasileiras), Paulo Alcântara Gomes, discorda de Helene. Para ele,
os sequenciais não substituem os
cursos de graduação, mas podem
ser mais eficientes em setores que
mudam muito rapidamente, como serviços (em áreas como hotelaria e turismo) e indústria.
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