São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008

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Para associação de agências, restrição é inconstitucional

DA REPORTAGEM LOCAL

A Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) informou ontem considerar inconstitucional o projeto para restrição de publicidade voltada à criança. Para ela, a proposta não passará na Comissão de Constituição e Justiça.
"O Estado só pode legislar sobre publicidade de bebidas alcoólicas, medicamentos, tabaco e agrotóxico", disse Dalton Pastore, presidente da Abap.
A Abert (associação brasileira de rádios e TVs) é "radicalmente contra" as restrições à publicidade infantil, de acordo com seu presidente, Daniel Slaviero.
"Esse substitutivo nega à população o acesso a novos produtos e certamente inviabilizará a produção de programas infantis e de canais exclusivos para crianças, que sobrevivem graças à publicidade."
A Rede Globo afirmou, por meio de sua central de comunicação, que "lamenta duplamente: tanto pelo surgimento de mais uma iniciativa contra a liberdade de expressão, quanto por verificar que parte da mídia só se incomoda quando atingida diretamente".
Para Jorge Broide, presidente da conselho consultivo da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente, "a criança não pode ser vítima da propaganda".
Professora da USP e da PUC de São Paulo, a psicanalista Míriam Rosa, especializada em psicologia infantil, afirma que é preciso ter "preocupação com o caráter educativo da mídia".
"Dada a força da mídia e o grau de fascínio que a imagem promove -e a exposição que a criança tem sem a devida mediação dos pais-, acho que é benéfico", diz Rosa.
Guilherme Canela, coordenador da Agência de Notícias dos Direitos da Infância, a Andi, defende as restrições.


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