|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Projeto oferece inovações em sua estrutura pedagógica
Associação cria escola coletiva de arquitetura e urbanismo
CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local
Uma faculdade de arquitetura e
urbanismo de caráter coletivo.
Assim está sendo definida a Escola de Arquitetura e Urbanismo de
São Paulo (EAU-SP), que terá seu
primeiro vestibular entre dezembro e janeiro próximos.
A forma de acesso à faculdade,
no entanto, não será nos moldes
convencionais. O processo seletivo da EAU-SP não terá provas de
conteúdos tradicionais. Segundo
Sérgio Sandler, um dos diretores
da associação, o vestibular será
realizado em várias etapas, e os
alunos terão que fazer textos sobre atividades específicas, como
assistir um filme.
Além disso, cada aluno deverá
apresentar seu currículo e será entrevistado pessoalmente por um
grupo de professores.
A nova escola está vinculada a
uma associação de profissionais
liberais, a Associação de Ensino
de Arquitetura e Urbanismo.
Fundada em 96, a associação
surgiu com o propósito de criar
uma escola superior de arquitetura de caráter coletivo. Em outras
palavras, uma escola que fosse administrada pelo seu próprio corpo docente. "Uma faculdade que
estivesse "livre" da iniciativa privada e da burocracia do Estado", como define o diretor da EAU-SP, o
arquiteto Ciro Pironde.
"Normalmente, os professores
montam um projeto pedagógico,
mas, quando ele entra em choque
com os interesses da empresa
mantenedora, eles mandam parar, como se a questão do ensino
fosse uma questão da iniciativa
privada. A questão pedagógica é
sempre secundária em relação
aos lucros", afirma Pironde.
Os associados defendem a idéia
de autogestão. "Estamos discutindo toda a estrutura porque os
proprietários vão ser os professores e alunos. É a primeira experiência nesse sentido. Sabemos de
outras em Portugal, no Chile e no
México", afirma Pironde.
Pedagogia
As classes serão de 60 alunos e o
curso terá caráter integral. O número de professores será maior
que o convencional -a média de
uma escola de nível superior privada hoje é de um professor para
16,2 alunos, segundo o Censo do
Ensino Superior do MEC.
A organização da escola não será por departamentos, para uma
maior integração entre as disciplinas. Para Sandler, dessa forma os
temas propostos poderão ser
mais bem trabalhados por professores de todas as disciplinas.
Para passar de um ano para outro, os alunos serão avaliados não
apenas pelos professores atuais,
mas pelos professores do ano seguinte.
No último ano, designado como
"formação externa", os alunos
deverão realizar atividades fora
da cidade ou mesmo do país, que
servirão de base para o trabalho
de conclusão do curso. Para realizar as atividades, os alunos receberão incentivo da faculdade, já
que poderão usar o dinheiro da
mensalidade para custear a viagem.
Informações pelo tel. 0/xx/11/257-5729 e
3120-6110.
Texto Anterior: Empresas são beneficiárias Próximo Texto: Sede deveria ser em parque Índice
|