São Paulo, Sábado, 10 de Julho de 1999
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EDUCAÇÃO
Projeto oferece inovações em sua estrutura pedagógica
Associação cria escola coletiva de arquitetura e urbanismo

CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local

Uma faculdade de arquitetura e urbanismo de caráter coletivo. Assim está sendo definida a Escola de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (EAU-SP), que terá seu primeiro vestibular entre dezembro e janeiro próximos.
A forma de acesso à faculdade, no entanto, não será nos moldes convencionais. O processo seletivo da EAU-SP não terá provas de conteúdos tradicionais. Segundo Sérgio Sandler, um dos diretores da associação, o vestibular será realizado em várias etapas, e os alunos terão que fazer textos sobre atividades específicas, como assistir um filme.
Além disso, cada aluno deverá apresentar seu currículo e será entrevistado pessoalmente por um grupo de professores.
A nova escola está vinculada a uma associação de profissionais liberais, a Associação de Ensino de Arquitetura e Urbanismo.
Fundada em 96, a associação surgiu com o propósito de criar uma escola superior de arquitetura de caráter coletivo. Em outras palavras, uma escola que fosse administrada pelo seu próprio corpo docente. "Uma faculdade que estivesse "livre" da iniciativa privada e da burocracia do Estado", como define o diretor da EAU-SP, o arquiteto Ciro Pironde.
"Normalmente, os professores montam um projeto pedagógico, mas, quando ele entra em choque com os interesses da empresa mantenedora, eles mandam parar, como se a questão do ensino fosse uma questão da iniciativa privada. A questão pedagógica é sempre secundária em relação aos lucros", afirma Pironde.
Os associados defendem a idéia de autogestão. "Estamos discutindo toda a estrutura porque os proprietários vão ser os professores e alunos. É a primeira experiência nesse sentido. Sabemos de outras em Portugal, no Chile e no México", afirma Pironde.

Pedagogia
As classes serão de 60 alunos e o curso terá caráter integral. O número de professores será maior que o convencional -a média de uma escola de nível superior privada hoje é de um professor para 16,2 alunos, segundo o Censo do Ensino Superior do MEC.
A organização da escola não será por departamentos, para uma maior integração entre as disciplinas. Para Sandler, dessa forma os temas propostos poderão ser mais bem trabalhados por professores de todas as disciplinas.
Para passar de um ano para outro, os alunos serão avaliados não apenas pelos professores atuais, mas pelos professores do ano seguinte.
No último ano, designado como "formação externa", os alunos deverão realizar atividades fora da cidade ou mesmo do país, que servirão de base para o trabalho de conclusão do curso. Para realizar as atividades, os alunos receberão incentivo da faculdade, já que poderão usar o dinheiro da mensalidade para custear a viagem.


Informações pelo tel. 0/xx/11/257-5729 e 3120-6110.


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