São Paulo, Sábado, 10 de Julho de 1999
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Sede deveria ser em parque

da Reportagem Local

A Escola de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo está começando suas atividades em um galpão em Perdizes, zona sudoeste de São Paulo, sob protestos dos membros da associação mantenedora da instituição.
Desde que surgiu, a idéia era que a faculdade tivesse como sede o parque Modernista, na Vila Mariana, zona sudeste, que abriga a primeira casa moderna de São Paulo, projetada em 1927, pelo arquiteto Gregori Warchavchik (1896-1972).
Em 97, o governador Mário Covas e o secretário de Estado da Cultura, Marcos Mendonça, chegaram a assinar um protocolo de intenções para transformar o parque na escola de arquitetura.
Mas, segundo Ciro Pironde, diretor da EAU-SP, o governo nunca deu a autorização definitiva. "O projeto foi aprovado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), mas nunca tivemos um retorno. Ninguém nos disse nem que sim nem que não", afirma.
Segundo Mendonça, a Secretaria de Cultura está em vias de retomar esse processo. "Fiquei fora da secretaria quase um ano (para se candidatar a deputado) e não toquei mais nesse processo. A intenção realmente existe, vamos fazer uma avaliação. Preciso levantar esse material e verificar as possibilidades", disse.
Ele acrescenta, que na época, também foi criada uma comissão com membros de associações de preservação do parque para analisar as propostas. "É claro que a decisão final é do governo, mas o comitê poderia opinar", disse.
A única certeza que o secretário dá é que ele quer restaurar o imóvel para uso cultural. "A escola pode ser uma alternativa", disse.
O projeto da associação, que foi elaborado conjuntamente com historiadores, artistas, filósofos, engenheiros e outros profissionais, propõe a restauração do próprio parque, com área de 13 mil m2. Também é prevista a recuperação da Casa Modernista, para abrigar um centro de documentação histórica.
A segunda etapa, é a instalação da escola, que prevê a construção de um pavilhão, onde serão instaladas as salas de aulas, os ateliês e um auditório.
A escola tem apoio das fundações Vilanova Artigas, Oscar Niemeyer e Lina Bo e Pietro M. Bardi.

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