São Paulo, Sábado, 10 de Julho de 1999
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VIOLÊNCIA
Crime ocorreu no bairro de Vila Madalena; taxista baleado está internado no Hospital das Clínicas
Dois são mortos ao sair de táxi em SP

da Reportagem local

Dois homens foram mortos na madrugada de ontem por um outro não identificado quando saíam de um táxi na rua Fidalga, na Vila Madalena (zona sudoeste de São Paulo). O taxista também foi baleado e está em observação no pronto-socorro do Hospital das Clínicas.
Airton de Oliveira Dória e Ivan de Paula Santos haviam pego o táxi na rua Arthur de Azevedo, em Pinheiros, na mesma região.
Segundo a polícia, quando chegaram à rua Fidalga, Santos teria pedido para o taxista Ariovaldo de Oliveira Aurione parar o carro próximo ao número 1.040. Ele teria falado que uma garota o esperava.
Santos desceu do carro e quando se aproximou da calçada foi baleado por um homem. O tiro acertou a cabeça do rapaz.
Ao presenciar a cena, Airton de Oliveira Dória saiu do carro para tentar fugir. Quando deixava o táxi Fiat Uno, foi baleado. O taxista tentou fugir, mas também foi atingido. Aurione levou tiros na perna e no pé.
Os três foram levados ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas. Os passageiros baleados acabaram morrendo.
O HC informou ontem que o estado de saúde do taxista é estável e que ele permanece em observação no pronto-socorro.
Ivan de Paula Santos morava na rua onde houve o crime. Airton Dória vivia em uma rua próxima, a Fradique Coutinho. Segundo alguns moradores da rua Fidalga, os dois rapazes teriam envolvimento com drogas.
Na casa onde Santos morava com a mãe ninguém quis comentar o crime. Familiares do rapaz disseram que ele não bebia e não usava drogas.
Roberto dos Santos Moraes, delegado de plantão do 14º DP (Pinheiros), onde o caso foi registrado, disse haver possibilidade de o crime ter sido motivado pelo suposto envolvimento dos mortos com drogas.
"Parece haver esse envolvimento", afirmou o delegado. Segundo ele, Santos e Dória já haviam sido processados. A polícia ainda não tem pistas do assassino.

Morte violenta
As mortes violentas entre jovens registradas na Vila Madalena e em Pinheiros, como em outros bairros de classe média da zona sudoeste da capital, relacionam-se muito mais a acidentes de trânsito, por exemplo, do que a homicídios.
No caso de Pinheiros, o bairro somou um homicídio e duas mortes por acidente de trânsito de jovens entre 15 e 24 anos, em 97, segundo dados do Pro-Aim (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo). Em Perdizes, outro bairro da região, não houve registro de assassinato de jovens em 97, mas dois óbitos por acidente de trânsito.
Esses números mudam quando é avaliada a periferia da cidade. Na Brasilândia, por exemplo, enquanto oito jovens morreram em 97 em acidentes de trânsito, outros 156 foram assassinados.
Na região de Pinheiros, são registrados por mês cerca de 45 furtos e roubos de veículos.


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