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Pedida a prisão preventiva de oito acusados
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério Público do Rio
pediu ontem à Justiça a prisão
preventiva dos oito acusados
pelo assassinato do jornalista
Tim Lopes. Cinco deles, que já
estavam presos, corriam o risco de serem soltos, caso a promotoria não tomasse a atitude.
Isso poderia acontecer porque as prisões temporárias de
Reinaldo Amaral de Jesus, 25, o
Cadê, Fernando Sátiro da Silva,
25, o Frei, Ângelo Ferreira da
Silva, 19, Eliseu Felício de Souza, 22, o Zeu, e Claudino dos
Santos Coelho, o Xuxa, expiram na segunda-feira.
A promotora Viviane Tavares Henriques também decidiu
que não devolverá à polícia o
relatório da 22ª DP (Delegacia
de Polícia), responsável pelas
investigações do crime, como
pediu o chefe da Polícia Civil,
Zaqueu Teixeira. Ele queria
que as declarações subjetivas
contidas no documento pudessem ser corrigidas antes de encaminhá-lo à Justiça.
Viviane determinou, no entanto, que novas diligências
policiais sejam realizadas para
complementar o inquérito.
O relatório de investigação
feito pelo inspetor Daniel Gomes diz que Lopes pôs a vida
em risco ao fazer uma reportagem no complexo do Alemão
(zona norte).
O texto provocou o afastamento do inspetor e a exoneração do delegado-titular da 22ª
DP, Sérgio Falante. Uma sindicância para apurar o episódio
foi aberta pela Corregedoria
Unificada das Polícias do Rio.
Segundo Teixeira, o inquérito que apura a morte de Lopes
(ocorrido em 2 de junho) está
completo, com provas de autoria, depoimentos e pedido de
prisão preventiva para os acusados. Para ele, o único erro cometido pelo inspetor foi o de
inserir comentários no relatório. Teixeira elogiou Gomes. "É
um "bom investigador"."
O corregedor da Corregedoria Unificada, Aldney Peixoto,
criticou o documento: "O relatório deve ser uma exposição
fria do fato. A polícia não deve
fazer a apreciação, o que cabe
ao promotor. O que me espanta nesse caso, que é emblemático, é que só faltou dizer que o
Tim Lopes se suicidou".
Ontem, Gomes negou as afirmações da ex-mulher de Lopes,
Sandra Quintelha, que o apontou como fonte do jornalista na
polícia. Uma carta divulgada
por Sandra e outros parentes
dava a entender que o inspetor
poderia ter falado com traficantes sobre a presença de Lopes na favela Vila Cruzeiro.
A viúva de Lopes, Alessandra
Wagner, também afirmou desconhecer a informação.
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