São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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Pedida a prisão preventiva de oito acusados

DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério Público do Rio pediu ontem à Justiça a prisão preventiva dos oito acusados pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. Cinco deles, que já estavam presos, corriam o risco de serem soltos, caso a promotoria não tomasse a atitude.
Isso poderia acontecer porque as prisões temporárias de Reinaldo Amaral de Jesus, 25, o Cadê, Fernando Sátiro da Silva, 25, o Frei, Ângelo Ferreira da Silva, 19, Eliseu Felício de Souza, 22, o Zeu, e Claudino dos Santos Coelho, o Xuxa, expiram na segunda-feira.
A promotora Viviane Tavares Henriques também decidiu que não devolverá à polícia o relatório da 22ª DP (Delegacia de Polícia), responsável pelas investigações do crime, como pediu o chefe da Polícia Civil, Zaqueu Teixeira. Ele queria que as declarações subjetivas contidas no documento pudessem ser corrigidas antes de encaminhá-lo à Justiça.
Viviane determinou, no entanto, que novas diligências policiais sejam realizadas para complementar o inquérito.
O relatório de investigação feito pelo inspetor Daniel Gomes diz que Lopes pôs a vida em risco ao fazer uma reportagem no complexo do Alemão (zona norte).
O texto provocou o afastamento do inspetor e a exoneração do delegado-titular da 22ª DP, Sérgio Falante. Uma sindicância para apurar o episódio foi aberta pela Corregedoria Unificada das Polícias do Rio.
Segundo Teixeira, o inquérito que apura a morte de Lopes (ocorrido em 2 de junho) está completo, com provas de autoria, depoimentos e pedido de prisão preventiva para os acusados. Para ele, o único erro cometido pelo inspetor foi o de inserir comentários no relatório. Teixeira elogiou Gomes. "É um "bom investigador"."
O corregedor da Corregedoria Unificada, Aldney Peixoto, criticou o documento: "O relatório deve ser uma exposição fria do fato. A polícia não deve fazer a apreciação, o que cabe ao promotor. O que me espanta nesse caso, que é emblemático, é que só faltou dizer que o Tim Lopes se suicidou".
Ontem, Gomes negou as afirmações da ex-mulher de Lopes, Sandra Quintelha, que o apontou como fonte do jornalista na polícia. Uma carta divulgada por Sandra e outros parentes dava a entender que o inspetor poderia ter falado com traficantes sobre a presença de Lopes na favela Vila Cruzeiro.
A viúva de Lopes, Alessandra Wagner, também afirmou desconhecer a informação.



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