|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASO TIM LOPES
Acusado de matar o jornalista, Elias Maluco teria sido preso por PMs e libertado após pagar R$ 600 mil
Corregedoria apura suborno de policiais
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A Corregedoria Geral de Polícia
Unificada da Secretaria de Segurança Pública do Rio investiga reservadamente a informação de
que o traficante Elias Pereira da
Silva, o Elias Maluco, para não ser
preso, teria pago R$ 600 mil a policiais militares do 7º Batalhão
(São Gonçalo, a 20 km do Rio).
Elias Maluco, 36, é o criminoso
mais procurado do Rio. De acordo com a investigação, ele teria sido preso há duas semanas em São
Gonçalo. Não foi para a cadeia
porque teria subornado os PMs.
O corregedor Aldney Peixoto
afirma que Elias Maluco teria sido
capturado na localidade de Luiz
Caçador. A informação foi dada
na hora pelo serviço Disque-Denúncia. Foi montada uma operação de emergência com agentes
da Corregedoria e da Subsecretaria de Inteligência, que foram ao
bairro, mas nada encontraram.
Peixoto desconfia da possibilidade de a operação ter vazado,
dando tempo de os PMs e Elias
Maluco fugirem .
O suposto envolvimento de policiais com Elias Maluco vem sendo apurado pela Corregedoria
desde que as primeiras suspeitas
de que o criminoso assassinara o
jornalista Tim Lopes, no dia 2 de
junho. Peixoto disse que policiais,
inclusive civis, de outras unidades
também são investigados.
"Se Elias Maluco está circulando por várias favelas, desconfio
que esse deslocamento está sendo
favorecido por policiais", disse.
O comandante do 7º Batalhão,
tenente-coronel Ricardo Furtado,
disse desconhecer a denúncia feita à Corregedoria. A unidade tem
800 policiais. O secretário de Segurança Pública, Roberto Aguiar,
já admitiu a hipótese de o traficante estar sob proteção de policiais corruptos.
Outras ações
Há 15 dias, a polícia estourou no
complexo do Alemão (zona norte) um laboratório de refino de
cocaína da quadrilha do traficante
refinava cocaína. No local, havia
um caderno de anotações que indica que o bando pagava propinas
de R$ 500 a R$ 1.000 para policiais
do 16º Batalhão (Olaria).
Traficantes do morro da Formiga (Tijuca, zona norte) ordenaram ontem o fechamento de 25
lojas na rua Conde de Bonfim, a
principal do bairro, e da Escola
Municipal Barão de Itacuruçá.
A ordem foi um sinal de luto pela morte de Ricardo Victor dos
Santos, o Cuco, anteontem em
um tiroteio com policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, na favela de Vigário Geral
(zona norte). No confronto, morreu também Maurício Lima Matias, o Boizinho, um dos nove indiciados pela morte de Lopes.
Texto Anterior: SP tem 6 equipes para 75 mil bares Próximo Texto: Pedida a prisão preventiva de oito acusados Índice
|