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LAURA THEOTO KROISS (1908-2009)
A costureira centenária fez as fardas de 32
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A filha se lembra exatamente do dia em que Laura
Kroiss, que serviu à Revolução de 32 como costureira
das fardas usadas pelos soldados, não conseguiu mais
dar o ponto no tricô. Tinha,
naquele dia, cem anos.
"Ela estava do meu lado e
começou a ter dificuldades. A
última coisa que ela fez foi
um pedaço de uma colcha
que seria rifada num bazar
beneficente", recorda a filha
Therezinha, procuradora
aposentada.
Por quase toda a vida, Laura utilizou agulha e linha
com "primor e cuidado". "Tivemos vários vestidos feitos
por ela", conta a filha. Fez tricô para instituições de caridade e deu aulas numa paróquia para mães que queriam
fazer enxovais.
Antes de se tornar costureira, passou por uma fábrica
de chapéus. Em 1937, casou-se com um ferroviário, e não
mais fez serviços para fora.
Viveu seus 101 anos em
Jundiaí (SP), até terça, quando morreu de pneumonia.
"Ela foi devagar no envelhecimento", diz a filha.
Mesmo pequena e magrinha, era "forte", ressalta
Therezinha. E corajosa: chegou a apagar um incêndio no
vizinho. Os bombeiros a elogiaram, mas também lhe deram uma bronca: antes de jogar água na máquina de lavar
roupa que pegava fogo, ela
deveria ter tirado o aparelho
da tomada.
Deixa duas filhas, sete netos e 11 bisnetos. A missa de
sétimo dia será na quarta, às
18h15, na igreja N. Senhora
do Desterro, em Jundiaí.
coluna.obituario@uol.com.br
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