São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LAURA THEOTO KROISS (1908-2009)

A costureira centenária fez as fardas de 32

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A filha se lembra exatamente do dia em que Laura Kroiss, que serviu à Revolução de 32 como costureira das fardas usadas pelos soldados, não conseguiu mais dar o ponto no tricô. Tinha, naquele dia, cem anos.
"Ela estava do meu lado e começou a ter dificuldades. A última coisa que ela fez foi um pedaço de uma colcha que seria rifada num bazar beneficente", recorda a filha Therezinha, procuradora aposentada.
Por quase toda a vida, Laura utilizou agulha e linha com "primor e cuidado". "Tivemos vários vestidos feitos por ela", conta a filha. Fez tricô para instituições de caridade e deu aulas numa paróquia para mães que queriam fazer enxovais. Antes de se tornar costureira, passou por uma fábrica de chapéus. Em 1937, casou-se com um ferroviário, e não mais fez serviços para fora.
Viveu seus 101 anos em Jundiaí (SP), até terça, quando morreu de pneumonia. "Ela foi devagar no envelhecimento", diz a filha. Mesmo pequena e magrinha, era "forte", ressalta Therezinha. E corajosa: chegou a apagar um incêndio no vizinho. Os bombeiros a elogiaram, mas também lhe deram uma bronca: antes de jogar água na máquina de lavar roupa que pegava fogo, ela deveria ter tirado o aparelho da tomada.
Deixa duas filhas, sete netos e 11 bisnetos. A missa de sétimo dia será na quarta, às 18h15, na igreja N. Senhora do Desterro, em Jundiaí.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Em boate, até barman com camiseta da nova lei fuma
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.