São Paulo, Terça-feira, 10 de Agosto de 1999
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Maria Helena registra queixa contra Tuma Jr.

da Reportagem Local

A vereadora Maria Helena Fontes (PL) protocolou ontem no Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) uma denúncia contra o delegado Romeu Tuma Jr., um dos que investigam a ação da máfia da propina em São Paulo.
Na denúncia, a vereadora diz que foi vítima de uma tentativa de extorsão promovida pelo policial e pelos dois promotores que acompanham o caso.
Segundo a parlamentar, Tuma Jr. e os promotores Roberto Porto e José Carlos Blat exigiram R$ 200 mil para abrandar o flagrante por porte ilegal de armas e arbitrar a fiança de R$ 200, que foi cancelada ontem pela Justiça.
Maria Helena já havia feito a denúncia à imprensa na última sexta-feira. Na ocasião, ela disse, porém, que já havia ido à Corregedoria da Polícia Civil registrar a queixa. O procedimento, no entanto, foi desmentido ontem pela corregedoria, segundo a qual a vereadora não protocolou nenhum documento no órgão.
O juiz corregedor do Dipo, Maurício Lemos Porto Alves, informou por intermédio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça que a denúncia será investigada pelo próprio departamento. A vereadora e os policiais citados serão intimados. Os promotores, convidados a depor.
Ao final dos depoimentos, o Dipo decidirá se o caso será arquivado ou se será alvo de um inquérito policial específico.
Na segunda hipótese, ele passaria à Corregedoria da Polícia Civil. Não há prazo, porém, para que o procedimento seja concluído.
Além de porte ilegal de arma, Maria Helena está sendo investigada pelo delegado e pelos promotores que ela acusa por pelo menos outros quatro crimes: indicação de funcionários fantasmas, envolvimento em uma rede de propinas na Regional da Freguesia do Ó e no Serviço Funerário Municipal, exigência dos salários dos funcionários de seu gabinete e envolvimento em uma chantagem contra o vereador Salim Curiati Jr. (PPB).
Romeu Tuma Jr. classificou a denúncia como "absurda", mas disse que já esperava esse tipo de reação. Segundo ele, desmoralizar os investigadores e as testemunhas dos crimes é a tática usada pelo crime organizado. (SC)

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