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Lucro adicional anual deve chegar a R$ 217 mi
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A conta-salário dos 210 mil funcionários ativos e inativos da Prefeitura de São Paulo poderá proporcionar ao Banco Itaú, que venceu a licitação para gerenciá-la,
um lucro adicional de R$ 217 milhões por ano. A estimativa é da
EFC -Engenheiros Financeiros e
Consultores-, empresa especializada em análise de balanços de
instituições financeiras.
Com esse ganho extra, o investimento de R$ 510 milhões feito pelo Itaú para obter a conta se paga
em dois anos e cinco meses, segundo Carlos Coradi, presidente
da EFC. "Foi um excelente negócio para o Itaú", diz.
Coradi destaca que sua estimativa do impacto do contrato para
o Itaú é "conservadora", pois não
considera as receitas que a instituição poderá obter com a venda
de produtos financeiros aos novos clientes -como seguros, títulos de capitalização, fundos de investimento e crédito consignado.
O cálculo da EFC considerou o
fato de que os 210 mil funcionários públicos representam 1,75%
do total de clientes atuais do banco (12 milhões de correntistas).
Esse crescimento da base de clientes deve gerar mais R$ 125 milhões por ano em tarifas bancárias
e acrescentar R$ 325 milhões ao
resultado operacional do banco,
anualmente. Descontado R$ 110
milhões de Imposto de Renda
(proporcional ao que foi pago pelo Itaú no primeiro semestre deste
ano), chega-se ao lucro adicional
de R$ 217 milhões por ano.
Volume de negócios
O Itaú estima que o volume de
negócios de sua rede de agências,
no segmento de varejo, deverá
crescer 3% com a conquista da
conta-salário da prefeitura. Por
mês, essa conta movimentará cerca de R$ 340 milhões.
Em nota oficial divulgada ontem, o banco diz que pagará à vista R$ 510 milhões para gerir a folha de pagamentos e mais R$ 1,5
milhão para a administração dos
recursos financeiros da prefeitura
-o quinto maior orçamento público do país.
O Itaú diz que administrará, inclusive, os fundos de investimento em que a prefeitura aplica seus
recursos. O prazo do contrato é de
cinco anos, mas ainda não está
definida a data da sua assinatura.
Segundo o banco, o processo do
contrato encontra-se na fase de
análise da documentação para
posterior concessão de posse e
homologação.
"Para o Itaú, a operação significará o aumento de 210 mil clientes
concentrados na cidade de São
Paulo, principal mercado do Brasil, sem a necessidade de investimentos relevantes", diz a nota.
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