São Paulo, sábado, 10 de setembro de 2005

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Lucro adicional anual deve chegar a R$ 217 mi


SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

A conta-salário dos 210 mil funcionários ativos e inativos da Prefeitura de São Paulo poderá proporcionar ao Banco Itaú, que venceu a licitação para gerenciá-la, um lucro adicional de R$ 217 milhões por ano. A estimativa é da EFC -Engenheiros Financeiros e Consultores-, empresa especializada em análise de balanços de instituições financeiras.
Com esse ganho extra, o investimento de R$ 510 milhões feito pelo Itaú para obter a conta se paga em dois anos e cinco meses, segundo Carlos Coradi, presidente da EFC. "Foi um excelente negócio para o Itaú", diz.
Coradi destaca que sua estimativa do impacto do contrato para o Itaú é "conservadora", pois não considera as receitas que a instituição poderá obter com a venda de produtos financeiros aos novos clientes -como seguros, títulos de capitalização, fundos de investimento e crédito consignado.
O cálculo da EFC considerou o fato de que os 210 mil funcionários públicos representam 1,75% do total de clientes atuais do banco (12 milhões de correntistas). Esse crescimento da base de clientes deve gerar mais R$ 125 milhões por ano em tarifas bancárias e acrescentar R$ 325 milhões ao resultado operacional do banco, anualmente. Descontado R$ 110 milhões de Imposto de Renda (proporcional ao que foi pago pelo Itaú no primeiro semestre deste ano), chega-se ao lucro adicional de R$ 217 milhões por ano.

Volume de negócios
O Itaú estima que o volume de negócios de sua rede de agências, no segmento de varejo, deverá crescer 3% com a conquista da conta-salário da prefeitura. Por mês, essa conta movimentará cerca de R$ 340 milhões.
Em nota oficial divulgada ontem, o banco diz que pagará à vista R$ 510 milhões para gerir a folha de pagamentos e mais R$ 1,5 milhão para a administração dos recursos financeiros da prefeitura -o quinto maior orçamento público do país.
O Itaú diz que administrará, inclusive, os fundos de investimento em que a prefeitura aplica seus recursos. O prazo do contrato é de cinco anos, mas ainda não está definida a data da sua assinatura.
Segundo o banco, o processo do contrato encontra-se na fase de análise da documentação para posterior concessão de posse e homologação.
"Para o Itaú, a operação significará o aumento de 210 mil clientes concentrados na cidade de São Paulo, principal mercado do Brasil, sem a necessidade de investimentos relevantes", diz a nota.


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