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Sindicalistas questionam contrato
DA REPORTAGEM LOCAL
O sindicato dos servidores públicos da cidade de São Paulo manifestou-se contra a assinatura
dos contratos que repassarão a
dois bancos privados a administração das contas pelas quais os
funcionários da prefeitura recebem seus salários.
"Somos favoráveis à manutenção dessas contas com os bancos
públicos. Temos receio de que
possa ter havido uma influência
eleitoral nessa decisão, já que o
Itaú foi um dos doadores da campanha de Serra", diz o presidente
do sindicato, Leandro Oliveira.
Bancos
Para o presidente do Sindicato
dos Bancários, Luiz Cláudio Marcolino, operações como a fechada
entre o Itaú e a prefeitura paulistana podem fortalecer o caixa da
municipalidade. "Mas como são
recursos que não vêm da arrecadação de impostos sua destinação
não é conhecida. A partir daí, não
se sabe, também, se essas negociações não envolvem outros recursos não oficiais", diz Marcolino.
O mais grave, segundo ele, é que
tais operações com os bancos privados estão ocorrendo no país inteiro. Os bancos privados têm
conquistado contas de prefeituras
e governos estaduais apoiados na
Medida Provisória nº 2.192-70, de
24 de agosto de 2001, que vem
sendo reeditada pelo governo.
Foi essa MP que abriu a possibilidade de os bancos privados que
compraram bancos estaduais disputarem as contas de prefeituras.
No passado, os bancos oficiais
eram os únicos depositários das
disponibilidades de caixa do Poder Público, de acordo com o artigo 164 , parágrafo 3º da Constituição Federal e artigo 43 da Lei de
Responsabilidade Fiscal.
"Isso alavancava recursos para
os bancos públicos, permitindo
que eles operem com taxas de juros menores e cumpram seu papel de fomentar o desenvolvimento", acrescenta o sindicalista.
Segundo Marcolino, "com as
prefeituras migrando para os
bancos privados, os bancos públicos terão dificuldades em cumprir seu papel de fomentar o desenvolvimento local e tendem a
desaparecer", diz Marcolino.
Na Justiça
Por conta disso, o Sindicato dos
Bancários de São Paulo entrou
com ação popular junto à 6ª Vara
da Fazenda Pública tentando suspender a licitação da Prefeitura de
São Paulo. Obteve liminar no dia
13 de julho e conseguiu suspender
o leilão que estava marcado para o
dia seguinte. Na sexta-feira passada, a liminar foi suspensa e a prefeitura realizou o leilão na segunda-feira. Marcolino diz que o Sindicato dos Bancários vai recorrer
da decisão.
Prefeitura
A assessoria de imprensa da
Prefeitura de São Paulo disse na
noite de ontem que não comentaria as afirmações dos sindicalistas
e que a licitação pública para a
contratação dos bancos seguiu os
trâmites legais.
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