São Paulo, sábado, 10 de setembro de 2005

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Educadores criticam a proposta

DA REPORTAGEM LOCAL

Educadores ouvidos pela Folha são contra o patrocínio nos uniformes da rede pública de ensino. "Só faz sentido autorizar a propaganda dentro de um grande projeto de parceria empresa-escola, no qual o patrocinador estivesse envolvido com a comunidade escolar e preocupado com seus problemas", afirma a professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Lisandre Maria Castello Branco.
Sem um projeto maior, acredita ela, a criança pode virar um outdoor ambulante, fazendo propaganda de um produto ao qual nem tem acesso. "Daqui a pouco, vai ter patrocinador até para a merenda. Não podemos escancarar a porta."
Para Lisandre, os governos não podem repassar suas obrigações para a iniciativa privada. "Trocar o gasto de uniforme pelo de construção de sala de aula, por exemplo, não deve ser um ato natural. Cada item precisa da sua verba. O que me espanta é a prefeitura achar tudo tão normal."
Hebe Tolosa, presidente da Associação de Pais e Alunos do Estado de São Paulo e ex-secretária municipal de Educação, também é contra. "Só seria a favor se cada escola pudesse escolher seus patrocinadores e eles tivessem uma relação com a região do colégio."
Ela também sugere estabelecer regras. "Acho que não pode ser qualquer patrocínio. É preciso colocar um limite e só permitir propaganda de empresas ligadas ao ambiente escolar, como papelarias, livrarias e lojas de brinquedos educativos."


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