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Educadores criticam a proposta
DA REPORTAGEM LOCAL
Educadores ouvidos pela Folha
são contra o patrocínio nos uniformes da rede pública de ensino.
"Só faz sentido autorizar a propaganda dentro de um grande projeto de parceria empresa-escola,
no qual o patrocinador estivesse
envolvido com a comunidade escolar e preocupado com seus problemas", afirma a professora da
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Lisandre Maria Castello Branco.
Sem um projeto maior, acredita
ela, a criança pode virar um outdoor ambulante, fazendo propaganda de um produto ao qual
nem tem acesso. "Daqui a pouco,
vai ter patrocinador até para a
merenda. Não podemos escancarar a porta."
Para Lisandre, os governos não
podem repassar suas obrigações
para a iniciativa privada. "Trocar
o gasto de uniforme pelo de construção de sala de aula, por exemplo, não deve ser um ato natural.
Cada item precisa da sua verba. O
que me espanta é a prefeitura
achar tudo tão normal."
Hebe Tolosa, presidente da Associação de Pais e Alunos do Estado de São Paulo e ex-secretária
municipal de Educação, também
é contra. "Só seria a favor se cada
escola pudesse escolher seus patrocinadores e eles tivessem uma
relação com a região do colégio."
Ela também sugere estabelecer
regras. "Acho que não pode ser
qualquer patrocínio. É preciso colocar um limite e só permitir propaganda de empresas ligadas ao
ambiente escolar, como papelarias, livrarias e lojas de brinquedos educativos."
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