MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas

O IML (Instituto Médico Legal) de Campinas identificou ontem seis das 53 vítimas do acidente ocorrido anteontem, no km 179 da rodovia Anhanguera, em Araras, que envolveu dois ônibus de romeiros e dois caminhões.
Os identificados são as passageiras Maria Silva Luiz, 49, e sua filha, Edna Silva Luiz, 16, além das romeiras Maria Antônia Silva, Altiva Juliana do Carmo, ambas adultas e sem idades definidas, Olinda Gonçalves Fernandes, 55, e Jorge Braun Filho, motorista do caminhão de bebidas.
Maria Silva foi identificada por meio de documentos particulares e Edna por meio de uma corrente no pescoço e de uma pulseira de ouro que usava.
Altiva foi reconhecida por alguns dos seus parentes. A romeira Maria Antônia foi identificada por uma prótese de ouro instalada na sua arcada dentária.
Já a passageira Olinda foi identificada por meio de objetos como relógio, aliança, pulseira de ouro e por uma prótese dentária.
O motorista Braun Filho foi reconhecido por uma pochete que mantinha na cintura.
Segundo a equipe de dez médicos e três dentistas do IML, os corpos reconhecidos ontem estavam entre os de fácil identificação.
Os corpos restantes, segundo a equipe de legistas, terão um processo mais difícil de identificação. Eles terão de passar por análise de DNA (código genético das pessoas).
"Por mais carbonizados que estejam os corpos, sempre haverá alguma área razoavelmente preservada para coletar o material para as análises", disse o legista Fortunato Badan Palhares, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Segundo ele, que é um dos coordenadores das análises, as vítimas foram identificadas pelos questionários preenchidos por parentes e amigos e por objetos que usavam.
De acordo com Palhares, não há prazo definido para a conclusão das análises. "Estamos contando com as informações que os parentes e amigos dos mortos estão relatando nos questionários", disse.
Cerca de 50 pessoas de 12 famílias compareceram ontem ao IML, no Cemitério dos Amarais.
Os legistas recomendaram ontem que os parentes das vítimas permaneçam em Anápolis (GO), mas respondam os questionários e enviem as respostas por correspondência ou via Internet.
Foram confirmadas oficialmente ontem 53 corpos, mas os legistas não descartaram a possibilidade de o número subir para 55. "Temos 53 mortos e 55 urnas onde estão depositados os materiais dos mortos. Não sabemos se há material de um mesmo corpo em duas urnas", disse Francisco Bastos, chefe do IML de Campinas.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice