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TRAGÉDIA EM OSASCO
Cinco dias após acidente que matou 24 pessoas, autorização de funcionamento não é localizada
Prefeitura e Universal não acham alvará
CRISPIM ALVES
CARLOS MAGNO DE NARDI
da Reportagem Local
A direção da Igreja Universal do
Reino de Deus não havia localizado até ontem -cinco dias após o
acidente que provocou a morte de
24 pessoas em Osasco, o alvará
que permitiria o funcionamento
da igreja nas instalações que pertenciam ao antigo cine Glamour.
A Prefeitura de Osasco também
não apresentou o documento. Segundo a Folha apurou junto a funcionários da prefeitura, é grande a
possibilidade de ele nem existir, o
que significaria que a igreja estaria
funcionando clandestinamente.
A tragédia, ocorrida no início da
madrugada do último sábado e
que deixou mais de 400 fiéis feridos, foi provocada pela queda de
parte do telhado do galpão.
"Não sei se há alvará. A presunção é que ele existe, porque nada
funciona sem alvará. Estamos trabalhando com essa hipótese", declarou o advogado Antonio Roberto Barbosa, que foi contratado
ontem para defender a Universal
na esfera criminal. O advogado revelou que, até ontem, o documento não havia sido localizado.
Segundo ele, a direção da Universal está procurando o documento em seu arquivo central.
"São milhares de igrejas. Estamos
procurando, mas o alvará ainda
não foi encontrado. Também não
estou afirmando, com isso, que ele
exista", declarou Barbosa.
O local onde hoje funciona a
Universal em Osasco abrigava um
cinema. Pela legislação, a igreja só
poderia passar a funcionar no local mediante a apresentação de
um laudo técnico aprovando as
condições de segurança.
Só mediante esse documento a
prefeitura poderia emitir um certificado de vistoria e a autorização
de funcionamento. Essa vistoria
deveria ser realizada anualmente.
Os órgãos de imprensa de Osasco noticiam, pelo menos desde
1995, os riscos de desabamento.
A assessoria de imprensa da prefeitura se limita a informar que somente hoje o prefeito de Osasco,
Silas Bortolosso (PTB), irá apresentar toda documentação.
Indenizações
O advogado da Universal afirmou ainda que a igreja está providenciando assistência "material,
espiritual e moral" para as vítimas do acidente e para os familiares dos mortos. Segundo ele, se a
igreja for considerada responsável
por alguma coisa, as vítimas serão
indenizadas, independente de entrarem com ações na Justiça.
O advogado tentou se reunir
com o delegado Flávio Augusto de
Souza Nogueira, mas não obteve
êxito. Na oportunidade, o policial
oficiou a igreja a lhe encaminhar a
composição da estrutura hierárquica da sede regional da Universal. Ele também vai requisitar as
fitas de áudio e vídeo do culto realizado no último sábado.
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