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Comerciantes revelam que
reformas eram constantes
da Reportagem Local
Locatários de lojas da galeria
Glamour afirmaram ontem à
polícia que o galpão onde funcionava a Universal passava
por constantes reformas.
A maior delas, para instalação do forro acústico e outros
reparos no telhado e nas paredes do prédio, durou, pelo menos, dois anos e meio.
"Quando me instalei lá, há
dois anos e meio, eles já estavam reformando o salão. Eles
fizeram a forração e outras coisas. Essa obra acabou no final
do ano passado", declarou o
comerciante Geraldo Barbosa.
A mesma informação foi passada por Vladimir Mario Gria,
que tem uma livraria no local.
"Ele reformavam o prédio
constantemente", afirmou.
Essa foi a principal descoberta do primeiro dia de depoimentos. A polícia quer saber,
agora, o que motivou a Universal a reformar novamente o
forro e o telhado há cerca de
três meses, como afirmou o
bispo Reinaldo Santos Suisso
no último sábado. Além disso,
se as reformas eram constantes, por que as placas de fibra
de vidro continuavam se desprendendo, como ocorreu dez
minutos antes do desastre?
Água, cupim e podridão
O IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo encontrou
água, fungos (provenientes de
infiltração), madeira podre
(envelhecimento ou infiltração) e indícios da presença de
cupins nas amostras de madeira da estrutura do telhado recolhidas para a perícia.
As descobertas dos peritos,
que podem compor e explicar
os motivos da tragédia, foram
feitas após as primeiras análises laboratoriais da parte interna do material, iniciadas anteontem. O IC está de posse,
entre outras coisas, da tesoura
principal e de metade da viga
central do telhado do templo.
Todos esses elementos -separados e, principalmente, somados- podem ter sido os ingredientes vitais para a composição da única coisa certa até o
momento: a perda de resistência que fez com que a viga central do templo quebrasse ao
meio.
(CRISPIM ALVES)
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