São Paulo, Sexta-feira, 10 de Setembro de 1999
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110 casas são alagadas em SP

da Reportam Local

Pelo menos 110 casas foram alagadas na madrugada de ontem em São Paulo devido a duas enchentes. Não houve feridos nem desabrigados, segundo a Defesa Civil de São Paulo.
Os dois alagamentos foram causados por atrasos ou inexistência de obras de combate às enchentes, de responsabilidade do Estado ou da prefeitura.
O caso mais grave foi registrado na zona norte de São Paulo, onde o córrego Cabuçu de Cima transbordou e alagou cerca de 60 casas.
Segundo a Administração Regional do Jaçanã, o alagamento foi provocado por uma obra de canalização do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). A obra vinha sendo realizada em ritmo lento nos últimos quatro meses, segundo moradores.
O córrego está sendo represado na altura do Jardim Cabuçu para concretagem das laterais. Com as chuvas, o córrego não teve vazão.
O Daee confirmou que a obra estava em ritmo lento. Segundo o diretor de Engenharia de Obras do Daee, Paulo Roberto Nepomuceno, a obra foi retomada e será concluída até o final do ano.
A outra inundação aconteceu na região do Campo Limpo, na zona sul. Cerca de 50 casas foram alagadas depois que o córrego dos Freitas, que não é canalizado, transbordou em uma área municipal invadida, no Jardim Lídia. A Administração Regional do Campo Limpo interditou 11 casas construídas na beira do córrego.

Atrasos
As duas enchentes de ontem são um indicativo do que a cidade voltará a enfrentar a partir de dezembro, quando começam as chuvas de verão.
Estado e prefeitura confirmam atrasos no cronograma das obras antienchente e afirmam que São Paulo só ficará livre das inundações a partir de 2001.
A obra mais importante é o aprofundamento da calha do Tietê, considerada por todos os especialistas a solução definitiva para as enchentes.
A primeira parte da obra começou em janeiro de 98, no terceiro ano da gestão Mário Covas. A segunda parte deve ser concluída em 2001.
A prefeitura, que assinou um financiamento em 95 para a construção de oito piscinões até o ano 2000, promete entregar os dois primeiros só no início do ano que vem.
Dos 45 quilômetros de córregos que deveriam ser canalizados até o próximo ano, a prefeitura concluiu apenas 21 quilômetros desde 95 (46%).
Até ontem, a prefeitura só havia empenhado 18% da verba de R$ 12 milhões prevista no orçamento de 99 para conservação e limpeza de galerias e córregos.
(GONZALO NAVARRETE)

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