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110 casas são alagadas em SP
da Reportam Local
Pelo menos 110 casas foram alagadas na madrugada de ontem
em São Paulo devido a duas enchentes. Não houve feridos nem
desabrigados, segundo a Defesa
Civil de São Paulo.
Os dois alagamentos foram causados por atrasos ou inexistência
de obras de combate às enchentes, de responsabilidade do Estado ou da prefeitura.
O caso mais grave foi registrado
na zona norte de São Paulo, onde
o córrego Cabuçu de Cima transbordou e alagou cerca de 60 casas.
Segundo a Administração Regional do Jaçanã, o alagamento
foi provocado por uma obra de
canalização do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). A obra vinha sendo realizada
em ritmo lento nos últimos quatro meses, segundo moradores.
O córrego está sendo represado
na altura do Jardim Cabuçu para
concretagem das laterais. Com as
chuvas, o córrego não teve vazão.
O Daee confirmou que a obra
estava em ritmo lento. Segundo o
diretor de Engenharia de Obras
do Daee, Paulo Roberto Nepomuceno, a obra foi retomada e será
concluída até o final do ano.
A outra inundação aconteceu
na região do Campo Limpo, na
zona sul. Cerca de 50 casas foram
alagadas depois que o córrego dos
Freitas, que não é canalizado,
transbordou em uma área municipal invadida, no Jardim Lídia. A
Administração Regional do Campo Limpo interditou 11 casas
construídas na beira do córrego.
Atrasos
As duas enchentes de ontem são
um indicativo do que a cidade
voltará a enfrentar a partir de dezembro, quando começam as
chuvas de verão.
Estado e prefeitura confirmam
atrasos no cronograma das obras
antienchente e afirmam que São
Paulo só ficará livre das inundações a partir de 2001.
A obra mais importante é o
aprofundamento da calha do Tietê, considerada por todos os especialistas a solução definitiva para
as enchentes.
A primeira parte da obra começou em janeiro de 98, no terceiro
ano da gestão Mário Covas. A segunda parte deve ser concluída
em 2001.
A prefeitura, que assinou um financiamento em 95 para a construção de oito piscinões até o ano
2000, promete entregar os dois
primeiros só no início do ano que
vem.
Dos 45 quilômetros de córregos
que deveriam ser canalizados até
o próximo ano, a prefeitura concluiu apenas 21 quilômetros desde 95 (46%).
Até ontem, a prefeitura só havia
empenhado 18% da verba de R$
12 milhões prevista no orçamento
de 99 para conservação e limpeza
de galerias e córregos.
(GONZALO NAVARRETE)
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