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Professora nega irregularidade e diz que agiu de boa-fé
da Redação
O procurador-chefe da USP,
professor João Alberto Del Nero,
disse que os professores "se precipitaram" ao recorrer ao Ministério Público. "Não estamos parados."
Del Nero afirmou que "não há
na USP casos que sejam engavetados". Por isso considera que o ofício encaminhado ao procurador-geral de Justiça Luiz Antônio
Marrey teria sido "dispensável".
Antes, acredita, os professores deveriam ter percorrido todas as
instâncias da USP, "incluindo o
Conselho Universitário".
Ouvida pela Folha, a professora
Célia Regina não quis se pronunciar. Ela disse que só falará depois
de receber notificação do Ministério Público.
Em seu depoimento à comissão
de sindicância da USP, a professora disse:
1) Que nunca soube que o recebimento de duas bolsas seria irregular;
2) Que o dinheiro da bolsa do
aluno Flávio Beraldo foi usado em
compras para o laboratório;
3) Que agiu de "boa-fé" e devolveria o dinheiro, caso necessário;
4) Que nunca aconselhou a nenhuma de suas alunas que ficasse
com metade da bolsa de estudos,
entregando o restante para o laboratório;
5) Que o cheque destinado à reforma de um laboratório, que não
ocorreu, foi devolvido pelo engenheiro responsável pela obra.
Ao comentar o caso da professora, o procurador Del Nero ressaltou o fato de ela própria ter manifestado a disposição de devolver os recursos que lhe foram repassados por um de seus alunos.
Falando em nome da USP, Del
Nero disse, de resto, que é preciso
esperar pela prestação de contas
de Célia Regina, para verificar se
ainda restará irregularidade a ser
apurada quanto ao sumiço dos R$
7.000 que deveriam ter financiado
a reforma de um laboratório.
A Folha apurou que a reitoria
da USP encara com reservas as
denúncias feitas contra Célia Regina. Acha que o episódio é parte
de uma disputa de poder no departamento de fisiologia.
Dois professores disseram, sob
o compromisso de que seus nomes fossem preservados, que os
cuidados da direção da USP na
administração do caso Célia Regina ocultam, na verdade, o desejo
de preservar a universidade de
uma investigação externa.
Uma apuração que, segundo os
professores, revelaria práticas
pouco ortodoxas de manuseio de
verbas destinadas à pesquisa
científica.
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