São Paulo, Sexta-feira, 10 de Setembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍCIA

Golpe eletrônico lidera no Procon

ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local

Os golpes eletrônicos lideram entre as reclamações recebidas este ano pelo Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) contra bancos da capital.
De janeiro a julho foram cadastradas 300 queixas de clientes que tiveram dinheiro sacado de suas contas correntes por golpistas - um quarto de todas as reclamações (1.290). O segundo motivo, com 246 casos, é a cobrança indevida de tarifas de serviços.
A estatística do Procon revela também que mais 383 pessoas caíram em algum tipo de golpe eletrônico nesse período em São Paulo, mas não utilizaram o órgão contra os bancos e ficaram de fora da lista de reclamações. Assim, chega-se a 683 vítimas em apenas sete meses, dado que nem a polícia possui porque não separa esse tipo de crime.
O aumento do número de saques considerados indevidos levou o órgão cadastrar os golpes em separado a partir deste ano. ""A quantidade vem crescendo assustadoramente", afirmou Marcelo Ponce, técnico do Procon.
Na maioria dos casos, segundo Ponce, o banco não devolveu o dinheiro por entender que o cliente não protegeu a senha ou o cartão.

Esquema
O golpe mais comum é o do cartão ""engolido" pelo caixa eletrônico. O autor do golpe introduz uma armadilha na máquina de atendimento para impedir a saída do cartão. Depois de observar a senha da vítima e de esperar a saída dela da agência, ele saca o dinheiro e foge.
As retiradas variam de acordo com o banco e, dependendo do tempo que o cliente leva para perceber que foi enganado, o prejuízo aumenta. Esse é o caso da cabeleireira Edineusa Caetano de Freitas, 26, que perdeu R$ 700 em uma noite. Ela só procurou o banco no dia seguinte.
Também há casos de cartões clonados, segundo o Procon.
Há dois meses, a polícia descobriu outro esquema, feito por meio do telefone. A vítima recebe uma ligação de falso funcionário do banco dizendo que precisa atualizar dados para conta especial ou cartão de crédito. Depois, vai até uma agência e tenta chegar à senha, partindo inicialmente da dato do nascimento do cliente. O plano depende de um laranja (outro cliente do banco), que é convencido a receber uma transferência de valores (operação sem cartão) e sacar em um dos caixas eletrônicos da rede.
Uma ex-caixa de supermercado presa na região dos Jardins, no mês retrasado, teria arrecadado cerca de R$ 30 mil com esse tipo de crime em três meses.
A última modalidade de golpe eletrônico atinge quem utiliza a Internet para movimentar a conta corrente. Até agora, há 11 casos registrados pela polícia desde julho.
A Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos) informou que as falhas estão sendo estudadas e corrigidas. Também afirmou que os valores são ressarcidos após investigação.


Texto Anterior: Tiroteio: Três morrem em tentativa de assalto a banco no Rio
Próximo Texto: Previsão do trânsito: Evite circular na região do Anhembi
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.