DA REPORTAGEM LOCAL

A última filha de Clarissa, 25, tem cinco anos e nasceu com Aids. Clarissa (o nome é fictício) diz que o médico sugeriu o exame no hospital da região depois que contou do marido que "vivia na noite". "Mas na época não tinha o dinheiro do ônibus e não fui. O médico disse "quando tiver o exame, volte aqui". Não voltei mais."
Clarissa diz que viu na carteira do companheiro um teste de HIV positivo. "Eu nem sabia o que era aquilo. Só fiz o exame quatro anos depois, por insistência de uma amiga." A filha toma remédios e está bem. "Não tem jeito de não me sentir culpada", diz.
Adriana, 22, descobriu que tinha o HIV nove anos atrás, quando o filho de três meses caiu muito doente, já com Aids. Adriana teve um segundo filho "sem querer", com um segundo pai, e dessa vez recebeu todos os cuidados do serviço de saúde. A criança não está infectada. "Na terceira gravidez eu fiquei deprimida e escondi de todo mundo. A médica só descobriu quando viu a criança no meu colo." Nem a criança nem o companheiro estão com HIV. "Agora a gente só transa de camisinha", diz Adriana. (AB)


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