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SAÚDE
Desafio do Projeto Nascer é sensibilizar profissionais de saúde para a necessidade de fazer teste de HIV em gestantes
Projeto do governo amplia atendimento
DA REPORTAGEM LOCAL
Um projeto do Ministério da
Saúde quer reduzir a menos de
8% o risco de as gestantes com
HIV transmitirem o vírus para
seus filhos. O Projeto Nascer, como foi batizado, pretende ampliar
a detecção e o tratamento do HIV
e da sífilis em mulheres grávidas,
além de tratar seus bebês.
O projeto prevê a compra de
mais 335 mil kits de testes rápidos
para mulheres que chegam às maternidades sem exame de HIV.
Esses testes vêm sendo disponibilizados à rede pública desde março. Também prevê leite especial
para bebês, para que suas mães
não precisem amamentá-los.
O mais importante do programa -dizem os médicos- é a
sensibilização dos profissionais
de saúde para um atendimento
mais humanizado.
Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde iniciou em junho
um projeto para controle da
transmissão vertical e da sífilis
congênita. Em setembro, foram
treinados profissionais de maternidades que atendem pacientes
particulares e de convênio.
"Agora, estão sendo treinados
profissionais de diferentes áreas, e
o objetivo é chegar ao Programa
Saúde da Família e às unidades
básicas de saúde", afirma Orival
Silva Silveira, do programa DST/
Aids da Prefeitura de São Paulo.
"A falta de sensibilidade do médico e a dificuldade em oferecer o
teste HIV são os fatores que explicam o grande número de crianças
que ainda nascem com o vírus",
diz Edvaldo Souza, coordenador
do Centro de Referência Nacional
para a Aids do Instituto Materno
Infantil de Pernambuco (Imip).
No Recife, cerca de 25% a 30%
das mulheres grávidas chegam à
maternidade sem ter feito o pré-natal. Outras 10%, mesmo tendo
o pré-natal, não fizeram o exame.
"Estimamos que 40% dessas mulheres teriam que passar pelo teste
rápido", diz Souza.
No Estado de Pernambuco, como no Nordeste e no Norte, o médico estima que o número de mulheres que fazem o pré-natal não
passa de 50%. "Felizmente, o número de portadores nessas regiões ainda é bastante pequeno."
Uma das práticas adotadas por
Pernambuco foi dar prioridade
aos exames das gestantes nos laboratórios públicos, apressando
os resultados.
Souza, que é um dos instrutores
do Projeto Nascer, diz que o treinamento no Estado começa em
novembro. Para ele, sensibilizar
os profissionais, especialmente as
enfermeiras, é fundamental para
mudar o quadro. "Em alguns lugares, fala-se em testes sem nenhum aconselhamento. Às vezes,
a pessoa não sabe o que é isso."
(AURELIANO BIANCARELLI)
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