São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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URBANISMO

Lojistas do setor moveleiro financiam projeto que inclui novo calçamento, iluminação, paisagismo e painéis

Teodoro Sampaio busca charme de shopping

SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A concorrência de outras ruas e shoppings fez com que os lojistas do setor moveleiro da rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (zona oeste), buscassem no urbanismo uma alternativa para tornar a região mais atraente. O resultado é um projeto, que começa a ser executado em dezembro, transformando parte da via em uma espécie de centro comercial ao ar livre.
De autoria da arquiteta Flávia Ralston, 40, o projeto prevê da troca do material que reveste as calçadas à instalação de gravuras nas paredes laterais dos edifícios. Dividida em três fases, a reforma será paga pelos 130 lojistas, que há décadas vendem móveis nas quadras incluídas na remodelação.
"O que existe hoje é uma rua deteriorada, sem segurança, cheia de propaganda irregular, calçadas quebradas e árvores em péssimo estado", considera Flávia.
Segundo a arquiteta, o charme sonhado pelos lojistas aproveita a oportunidade que surgiu após a crise enfrentada pela alameda Gabriel Monteiro da Silva, no Jardim Paulista, próxima do bairro.
A alameda, que foi chamada pela prefeita Marta Suplicy (PT) de "uma das ruas mais bonitas do Brasil", corta um bairro estritamente residencial, e, por isso, tem muitos comércios irregulares. No ano passado, foi alvo da fiscalização da prefeitura, o que provocou a saída de algumas lojas.
A mobilização dos lojistas estimulou a criação de uma associação, presidida por Giorgio Nicoli, antigo empresário do setor.

Luminárias alemãs
O projeto de reforma da Teodoro Sampaio começa nas calçadas (veja quadro). O material usado será concreto estampado nas cores cinza ou bege. A definição da cor seria feita nesta semana.
Em seguida, serão trocadas as luminárias. Para substituir as peças que hoje iluminam a rua, o projeto prevê a criação de uma outra, própria para calçadas, inspirada em peças que decoram vias parecidas em cidades alemãs. "A idéia é que as pessoas se sintam no shopping."
A luz e o piso fazem parte da primeira fase do projeto, que inclui ainda a limpeza da propaganda irregular e o paisagismo. "Atualmente, há árvores no local, como pata-de-vaca e sibipiruna, muito deterioradas. A idéia é reaproveitá-las e introduzir outras espécies, como pau-ferro e resedá", afirma.
A instalação de obras de arte inaugura a segunda fase. As peças -reproduções em chapas de alumínio de 10 m x 10 m- deverão ocupar as empenas (paredes laterais sem janelas) dos prédios.
Cinco obras serão criadas para a rua, pelos artistas Aldemir Martins, Andrea Elordi (com Ana Lia Collivadino), Mauro Andriole, Renina Katz e Swain -este trabalha uma técnica de decalque chamada "arqueologia urbana".
Finalmente, o aterramento da fiação elétrica completa o projeto para a nova Teodoro. Para essa parte, os lojistas irão negociar redução do preço com a Eletropaulo. Trata-se da parte mais cara da reforma. O plano é estender a iniciativa para toda a rua no futuro.



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