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VIOLÊNCIA
Suposto maníaco terá terceiro retrato falado
Polícia descarta conexão entre sete estrangulamentos em Guarulhos
DA REPORTAGEM LOCAL
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
A Polícia Civil descarta a possibilidade de os assassinatos de sete
mulheres por estrangulamento
em Guarulhos (Grande São Paulo) terem sido praticados pela
mesma pessoa. Apenas dois ou
três casos, dos sete investigados
em conjunto até agora, poderiam
ter o mesmo autor.
"Pode ser que uma pessoa tenha
matado duas ou três [mulheres".
Mas que matou as sete, não é",
afirmou João Roque Américo, titular da Delegacia Seccional de
Guarulhos.
A polícia investiga, desde o final
de agosto, a relação entre o estrangulamento de sete mulheres
-a partir de 2001- e a existência
de um suposto maníaco de Guarulhos. Mas, até agora, não tem
pistas da autoria de nenhum dos
casos e tem dificuldade até para
fazer o retrato falado do suspeito.
Os policiais preparam agora a
terceira versão do retrato falado.
A divulgação dos anteriores
-um feito em 2001 e outro no final de agosto-, feitos a partir das
informações de duas sobreviventes, provocou pelo menos dois
episódios de engano com pessoas
parecidas com os retratos.
Em agosto, cem pessoas tentaram linchar um servente, confundido com o estrangulador, preso
no 73º DP (Jaçanã). Na última
sexta-feira, o professor Erivaldo
da Silva Teixeira, 34, passou seis
horas na delegacia de Ubatuba.
"Nós também estamos em dúvida", afirmou o delegado, referindo-se aos retratos. A intenção é
divulgar um terceiro, mais preciso, no começo da próxima semana, segundo Américo.
Ele não quis identificar quais os
dois ou três casos investigados
que podem ter a mesma autoria.
"Com certeza, são vários casos
com vários autores", afirmou.
Américo disse que a "única
coincidência" é que as sete mulheres foram estranguladas. "Nada mais une os sete casos." Segundo ele, testemunhas e vestígios do
local do crime mostram isso, mas
ele se negou a informar os pedidos e resultados de laudos do Instituto de Criminalística.
As conclusões do delegado contrariam o levantamento criminológico feito pela Secretaria para
Assuntos de Segurança Pública de
Guarulhos. Segundo o secretário
Guaracy Mingardi, de seis a nove
mulheres podem ter sido vítimas
do mesmo agressor.
A secretaria montou um perfil
da atuação do suposto maníaco e
identificou diversas semelhanças
nos casos: a vítima foi estrangulada em casa, estava com um pano
enrolado no pescoço e o criminoso levou TV, videocassete ou aparelho de som.
Investigação
O promotor Marcelo Alexandre
Oliveira, de Ubatuba, está apurando a denúncia de agressão verbal e discriminação contra o professor, que teria sido humilhado
por policiais, na presença do delegado José Eduardo Cembranelli.
Teixeira foi levado à delegacia e só
foi liberado depois de a polícia ter
revistado sua casa.
A Promotoria aguarda um ofício de Cembranelli para enviar o
processo à Corregedoria da Polícia Civil. O professor leciona em
uma escola da rede municipal de
Ubatuba e faz curso de especialização na USP. O delegado Eduardo Iasco, da Seccional de São Sebastião -que abrange Ubatuba-, disse que só se pronunciará
quando for notificado.
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