DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O cabo Maurício Miranda e o soldado Silvio Ricardo Monteiro Batista, do 29º Batalhão, em Mongaguá (litoral sul de SP), estão presos desde domingo na Corregedoria da PM, em São Paulo, acusados de terem matado a tiros Celso Gioielli Magalhães Júnior, 20, e Anderson do Carmo, 17.
Segundo o corregedor-adjunto, coronel Paulo Máximo, eles admitem ter abordado os jovens no último dia 27, em uma casa noturna de Mongaguá, mas negam ter atirado neles. Os corpos foram achados oito dias depois em covas cobertas de cal para disfarçar o odor, na estrada de uma fazenda na cidade vizinha de Itanhaém.
Máximo disse que a Corregedoria aguarda "ansiosa" o resultado dos exames periciais do Instituto de Criminalística, que, segundo ele, consolidarão as provas coletadas contra os dois PMs.
A perícia está verificando se as balas das armas dos PMs se assemelham às que estavam nos corpos e se a cal achada na casa do cabo Miranda é a mesma usada para cobrir os corpos. "Praticamente, só falta isso. As demais provas, técnicas e testemunhais, nos dão convicção da autoria do crime."
As testemunhas que prestaram depoimento disseram que, após a abordagem, os dois rapazes foram espancados no carro da PM.
Os policiais teriam levado os rapazes até uma delegacia, em Mongaguá, mas não os entregaram ao delegado. Com os documentos de identidade, verificaram se os dois eram alvo de investigação ou foragidos, o que não se confirmou.
Os casos de Mongaguá e Guarujá evocam o crime de maior repercussão dos últimos quatro anos na Baixada Santista, que também envolveu policiais militares.
Em fevereiro de 99, um tenente e três soldados levaram para Praia Grande, em uma Blazer da PM, três jovens abordados de forma supostamente violenta em São Vicente, em um baile de Carnaval.
Os corpos dos três (todos com tiros na cabeça) foram encontrados 17 dias depois da abordagem, em um mangue em Praia Grande. Os PMs receberam penas de 52 a 59,5 anos de prisão. (FS)


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