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Verba restante cairia 40%
da Reportagem Local
A verba que deve ser cortada
do orçamento da Saúde deste
ano -R$ 1,120 milhão- corresponde a cerca de 40% dos
recursos que ainda restam para
serem gastos nos próximos
três meses, até o fim do ano.
O corte é tido como "inaceitável" pelo Conselho Nacional
de Saúde e ainda está sendo
discutido pelo Ministério da
Saúde e pela equipe econômica
do governo.
Segundo o secretário-executivo Barjas Negri, o ministério
ainda tem até o início do mês
de novembro para definir a
quantia final a ser cortada. Ele
afirmou que não poderia antecipar nenhuma previsão sobre
o resultado das negociações.
"Posso falar muito pouco
sobre os cortes, pois ainda não
definimos como vai ficar a situação", diz Negri.
A determinação de cortes na
área causou um início de crise
entre o ministro José Serra e a
área econômica do governo.
Serra reclamou em público
dos cortes e disse que tentaria
reduzi-los junto à equipe econômica. Anteontem, o secretário Barjas Negri afirmou que
não haverá dinheiro para pagar atendimentos e internações dos hospitais ligados ao
SUS a partir de dezembro se o
governo não liberar os R$ 600
milhões pedidos para suplementação das verbas da pasta.
A não-liberação das verbas
poderá aumentar a quantidade
a ser cortada do setor. A perda
então seria de R$ 1,7 bilhão.
O valor previsto no orçamento para as internações e atendimentos hospitalares é de R$
8,8 bilhões. Os hospitais fazem
o serviço e são reembolsados
pelo governo.
Na avaliação do Sindhosp
(Sindicato dos Hospitais e Santas Casas do Estado de São
Paulo), se os cortes no pagamento das internações realmente ocorrerem, o setor viverá um "caos".
Na opinião do presidente do
conselho dos secretários municipais de Saúde, Gilson Cantarino, "se o ministério não
ganhar a queda-de-braço com
a equipe econômica, não vai
dar para manter o setor".
Mesmo com a implantação
da CPMF, defendida pelo
ex-ministro Adib Jatene como
a principal solução para saldar
as dívidas acumuladas com os
hospitais, o ministério precisou de dois anos para conseguir pagá-las.
Hoje, a CPMF (Contribuição
Provisória Sobre Movimentações Financeiras) corresponde
a 38% do total de fontes financiadoras da Saúde.
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