São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

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SAÚDE

Menina que esteve no mesmo local, onde era realizado um congresso de juízes, morreu na segunda com sintomas de intoxicação

Outra hóspede de resort é internada em PE

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma adolescente de 13 anos que passou mal durante o congresso de juízes realizado no final de semana no Blue Tree Park, um resort em Cabo de Santo Agostinho (30 km de Recife), foi internada anteontem à noite no Hospital Memorial São José, na capital pernambucana.
Bruna Oliveira, 9, que também acompanhava os pais juízes, morreu segunda-feira de infecção generalizada. Há suspeita de intoxicação por alimentos ou pela água.
Segundo o boletim médico divulgado ontem à tarde, a garota internada apresentava desidratação e vômitos, mas está reagindo bem à medicação.
A hipótese de que a comida servida pelo resort durante o congresso possa ter provocado intoxicação alimentar nos hóspedes está sendo investigada.
Os órgãos de Vigilância Sanitária de Cabo de Santo Agostinho e de Recife recolheram amostras dos alimentos e da água utilizada pelo hotel. O laudo deve sair em dez dias. O resort só vai se pronunciar após a divulgação do resultado do laudo.
Segundo o juiz Edvaldo José Palmeira, diretor administrativo da Amepe (Associação de Magistrados do Estado de Pernambuco), que organizou o congresso, pelo menos 30 pessoas tiveram náuseas e diarréias.
"Estou entre eles. Sofri com diarréia durante três dias, sempre após o jantar", afirmou. A mulher de Palmeira não apresentou problemas. Já o filho do casal, de 10 anos, também teve desarranjo intestinal.
De acordo com ele, além de 300 juízes de Pernambuco e 26 de outros Estados, cerca de 400 pessoas, a maioria parentes dos magistrados, ficaram hospedadas no hotel.
"O cardápio foi muito variado. Teve feijoada, frutos do mar, carnes, queijos", contou Palmeira.
Segundo ele, a associação está localizando todos os participantes do congresso para saber quem e quantos passaram mal. Outro objetivo, disse, é definir quais foram os alimentos em comum ingeridos por eles.

Investigação
O juiz disse que não tem idéia do que pode ter acontecido. Afirmou que a entidade vai aguardar o resultado dos exames para eventualmente se posicionar.
"Qualquer acusação neste momento seria leviana. É preciso aguardar a prova laboratorial", ressaltou Palmeira.
A Delegacia de Polícia de Cabo de Santo Agostinho instaurou inquérito. "Vamos apurar a causa da morte e se o hotel infringiu alguma norma", disse o delegado Alberes Félix.
A Promotoria de Cabo de Santo Agostinho também abriu procedimentos criminal, para investigar a morte, e cível, para analisar se foram feridos os direitos do consumidor, nesse caso, dos participantes do congresso e seus familiares hospedados no hotel.
"Primeiro é preciso saber se a morte está relacionada com a comida servida. Se tiver, quais as irregularidades que ocorreram e o que está sendo feito para evitá-las no futuro", disse a promotora Gláucia de Farias.


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