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SAÚDE
Menina que esteve no mesmo local, onde era realizado um congresso de juízes, morreu na segunda com sintomas de intoxicação
Outra hóspede de resort é internada em PE
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma adolescente de 13 anos que
passou mal durante o congresso
de juízes realizado no final de semana no Blue Tree Park, um resort em Cabo de Santo Agostinho
(30 km de Recife), foi internada
anteontem à noite no Hospital
Memorial São José, na capital pernambucana.
Bruna Oliveira, 9, que também
acompanhava os pais juízes, morreu segunda-feira de infecção generalizada. Há suspeita de intoxicação por alimentos ou pela água.
Segundo o boletim médico divulgado ontem à tarde, a garota
internada apresentava desidratação e vômitos, mas está reagindo
bem à medicação.
A hipótese de que a comida servida pelo resort durante o congresso possa ter provocado intoxicação alimentar nos hóspedes
está sendo investigada.
Os órgãos de Vigilância Sanitária de Cabo de Santo Agostinho e
de Recife recolheram amostras
dos alimentos e da água utilizada
pelo hotel. O laudo deve sair em
dez dias. O resort só vai se pronunciar após a divulgação do resultado do laudo.
Segundo o juiz Edvaldo José
Palmeira, diretor administrativo
da Amepe (Associação de Magistrados do Estado de Pernambuco), que organizou o congresso,
pelo menos 30 pessoas tiveram
náuseas e diarréias.
"Estou entre eles. Sofri com
diarréia durante três dias, sempre
após o jantar", afirmou. A mulher
de Palmeira não apresentou problemas. Já o filho do casal, de 10
anos, também teve desarranjo intestinal.
De acordo com ele, além de 300
juízes de Pernambuco e 26 de outros Estados, cerca de 400 pessoas,
a maioria parentes dos magistrados, ficaram hospedadas no hotel.
"O cardápio foi muito variado.
Teve feijoada, frutos do mar, carnes, queijos", contou Palmeira.
Segundo ele, a associação está
localizando todos os participantes
do congresso para saber quem e
quantos passaram mal. Outro objetivo, disse, é definir quais foram
os alimentos em comum ingeridos por eles.
Investigação
O juiz disse que não tem idéia
do que pode ter acontecido. Afirmou que a entidade vai aguardar
o resultado dos exames para
eventualmente se posicionar.
"Qualquer acusação neste momento seria leviana. É preciso
aguardar a prova laboratorial",
ressaltou Palmeira.
A Delegacia de Polícia de Cabo
de Santo Agostinho instaurou inquérito. "Vamos apurar a causa
da morte e se o hotel infringiu alguma norma", disse o delegado
Alberes Félix.
A Promotoria de Cabo de Santo
Agostinho também abriu procedimentos criminal, para investigar a morte, e cível, para analisar
se foram feridos os direitos do
consumidor, nesse caso, dos participantes do congresso e seus familiares hospedados no hotel.
"Primeiro é preciso saber se a
morte está relacionada com a comida servida. Se tiver, quais as irregularidades que ocorreram e o
que está sendo feito para evitá-las
no futuro", disse a promotora
Gláucia de Farias.
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