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GRACINDA AMÉLIA CORDEIRO DE ABREU DALLARI (1926-2009)
A especialidade da artista plástica era pintar retratos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O pincel de Gracinda de
Abreu Dallari enchia as telas
com flores, barcos e paisagens. Mas havia uma coisa em
especial que ela adorava pintar. "Retratos", conta o marido, o médico aposentado Hélcio, enquanto observa na sala
de casa uma imagem da filha,
em quadro feito pela mulher.
O próprio Hélcio ganhou o
seu quando jovem. Graci Dallari, como assinava as obras,
brincava, mostrando o retrato dele: "Esse era meu marido
quando ainda tinha cabelo".
Até na faculdade de direito
da USP há uma obra sua: ela
pintou o professor Dalmo Dallari, seu cunhado, para a galeria de diretores da instituição.
Mario Covas, que foi chefe de
seu filho, também foi presenteado com um retrato.
O gosto pelo desenho vinha
de pequena. Portuguesa, ela
chegou ao Brasil aos dois anos
-o pai, operário, logo arrumou serviço na Brahma.
No início dos anos 60, sua
irmã conheceu um rapaz num
baile, dançou com ele, mas
decidiu apresentá-lo à irmã
artista. Foi o início do relacionamento entre Graci e Hélcio, que se casaram em 1962.
Na pintura, ela começou já
casada e com filhos. No colégio da filha havia um curso
para mães, e ela decidiu fazê-lo. Estudou com o pintor Durval Pereira e, até o ano passado, Graci ainda dava aulas. Ao
mexer com as tintas, diz o marido, ela "se esquecia da vida".
Em casa, Hélcio tem hoje
uma galeria, que planeja preservar. Gracinda morreu
quarta, aos 82, de câncer de
intestino. Deixa dois filhos e
uma neta de dez anos.
A missa de sétimo dia será
amanhã, às 19h30, na paróquia São Francisco de Assis,
na Vila Clementino, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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