São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2000

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Contagem é recordista de assaltos

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Das três maiores cidades do interior de Minas Gerais, somente Juiz de Fora mantém relativamente baixos os índices de criminalidade. Uberlândia, no Triângulo Mineiro, já ultrapassou Belo Horizonte no quesito assalto à mão armada.
O índice de assaltos à mão armada em Contagem, em 1999, foi 668,20 por grupo de 100 mil habitantes, o maior do Estado. Em Uberlândia, a taxa foi de 504,08.
Mas a cidade do Triângulo Mineiro tem um índice de homicídios por grupo de 100 mil habitantes muito abaixo do que Belo Horizonte (19,82) e Contagem (27,27). Em Uberlândia, o índice no ano passado foi de 8,42.
Pesquisadores da FPJ (Fundação João Pinheiro) estão estudando a criminalidade em Uberlândia, onde quase não há favelas.
O sociólogo Luís Flávio Sapori e o coronel Flávio Luizi Lobato, comandante da Regional Norte do Triângulo Mineiro, acreditam que isso está ligado diretamente ao trabalho policial. "Isso está relacionado à baixa eficiência do trabalho policial e à ineficiência do sistema prisional", diz Sapori.
"A gente avalia que o nosso efetivo policial é relativamente baixo. São 1.200 homens, enquanto em Juiz de Fora é quase o dobro. A Polícia Civil aqui tem um quarto dos policiais de Juiz de Fora. E o nosso sistema prisional é deficiente", disse o comandante.
Ele compara Uberlândia com Juiz de Fora, cidade da zona da mata mineira, porque ambas têm praticamente a mesma população, cerca de 450 mil habitantes.
Os índices de criminalidade de Juiz de Fora, no entanto, estão muito aquém dos de Uberlândia: 121,70 assaltos à mão armada por grupo de 100 mil habitantes e 5,55 homicídios por grupo de 100 mil.
A maior taxa de homicídios do Estado está em Ibirité, cidade da região metropolitana com 110 mil habitantes: 37,31. É alto também no município o índice de assalto à mão armada por 100 mil habitantes: 450,86. Em Betim, outra cidade da região metropolitana, com 260 mil habitantes, a criminalidade é muito alta: 628,25 assaltos à mão armada por grupo de 100 mil habitantes e 16,88 homicídios para o mesmo universo.
Os motivos de Contagem, Betim e Ibirité terem taxas altas ainda precisam ser estudados. "Uma hipótese bem plausível é a ocupação desordenada", disse Sapori.


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