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Contagem é recordista de assaltos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Das três maiores cidades do interior de Minas Gerais, somente
Juiz de Fora mantém relativamente baixos os índices de criminalidade. Uberlândia, no Triângulo Mineiro, já ultrapassou Belo
Horizonte no quesito assalto à
mão armada.
O índice de assaltos à mão armada em Contagem, em 1999, foi
668,20 por grupo de 100 mil habitantes, o maior do Estado. Em
Uberlândia, a taxa foi de 504,08.
Mas a cidade do Triângulo Mineiro tem um índice de homicídios por grupo de 100 mil habitantes muito abaixo do que Belo
Horizonte (19,82) e Contagem
(27,27). Em Uberlândia, o índice
no ano passado foi de 8,42.
Pesquisadores da FPJ (Fundação João Pinheiro) estão estudando a criminalidade em Uberlândia, onde quase não há favelas.
O sociólogo Luís Flávio Sapori e
o coronel Flávio Luizi Lobato, comandante da Regional Norte do
Triângulo Mineiro, acreditam
que isso está ligado diretamente
ao trabalho policial. "Isso está relacionado à baixa eficiência do
trabalho policial e à ineficiência
do sistema prisional", diz Sapori.
"A gente avalia que o nosso efetivo policial é relativamente baixo. São 1.200 homens, enquanto
em Juiz de Fora é quase o dobro.
A Polícia Civil aqui tem um quarto dos policiais de Juiz de Fora. E o
nosso sistema prisional é deficiente", disse o comandante.
Ele compara Uberlândia com
Juiz de Fora, cidade da zona da
mata mineira, porque ambas têm
praticamente a mesma população, cerca de 450 mil habitantes.
Os índices de criminalidade de
Juiz de Fora, no entanto, estão
muito aquém dos de Uberlândia:
121,70 assaltos à mão armada por
grupo de 100 mil habitantes e 5,55
homicídios por grupo de 100 mil.
A maior taxa de homicídios do
Estado está em Ibirité, cidade da
região metropolitana com 110 mil
habitantes: 37,31. É alto também
no município o índice de assalto à
mão armada por 100 mil habitantes: 450,86. Em Betim, outra cidade da região metropolitana, com
260 mil habitantes, a criminalidade é muito alta: 628,25 assaltos à
mão armada por grupo de 100 mil
habitantes e 16,88 homicídios para o mesmo universo.
Os motivos de Contagem, Betim e Ibirité terem taxas altas ainda precisam ser estudados. "Uma
hipótese bem plausível é a ocupação desordenada", disse Sapori.
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