São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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CRACOLÂNDIA

Investigadores e informante são condenados a até sete anos de prisão
A Justiça de São Paulo condenou os policiais civis José Carlos de Castilho e Mauro Cesar Bartholomeu, além do informante Givanildo José de Lima Siqueira Campos, por concussão (extorsão praticada por funcionário público). Os investigadores do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos) pegaram seis anos de prisão e o outro, sete anos.
Os três ficaram conhecidos por causa das imagens gravadas no ano passado pelo Ministério Público na cracolândia, centro de São Paulo. Na fita, eles aparecem prendendo dois homens que seriam traficantes. Depois, com a chegada de um advogado e após um período de negociação, liberam a dupla. Ganhariam R$ 10 mil por isso.
Foi esse o caso que o juiz José Zoéga Coelho, da Justiça estadual, utilizou para condenar os três. "A sociedade não tolera a violência e o crime e exige reação imediata por parte das autoridades. Por isso que se mostra absolutamente grave e intolerável a conduta de agentes da administração que, embora encarregados da ação de combate à criminalidade, se apartem do cumprimento de suas obrigações pela via criminosa da concussão", escreveu. Outros três policiais serão julgados por causa de ações na cracolândia.
No mesmo processo, Coelho absolveu os acusados em outros quatro casos -concussão e tortura. Motivo alegado: falta de provas e versões divergentes das vítimas e testemunhas.
A Promotoria deve recorrer dessa parte da decisão, pedindo pena maior. Os três estão presos e, conforme a sentença, não poderão recorrer em liberdade.
Durante o processo, os advogados dos policiais alegaram falta de provas nos cinco casos para pedir que eles fossem absolvidos. Um deles sustentou que as gravações em vídeo eram ilegais. (DA REPORTAGEM LOCAL)


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