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LEGISLATIVO
Acordo formaliza a suspensão, até domingo, de votação de projetos, o que já ocorria havia pelo menos 15 dias
PT e aliados negociam trégua até eleição
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Vereadores aliados e o líder do
governo na Câmara Municipal,
José Mentor (PT), discutiram ontem à noite a suspensão de votações de projetos até a escolha do
novo presidente do Legislativo
paulistano, no próximo domingo.
A trégua pode ser acertada hoje,
o que afeta a discussão de projetos, como o Orçamento de 2003 e
o que cria a taxa de lixo.
Para os moradores, isso significa que os investimentos na cidade
e o quanto eles terão que pagar de
impostos no ano que vem serão
decididos em sessões tumultuadas e de última hora, provavelmente nos últimos dias do ano.
O acordo também formaliza e
prolonga a paralisação de votações, que já se arrasta há 15 dias. O
objetivo dos dois grupos, cujos
candidatos são Arselino Tatto
(PT), indicado para a disputa pela
base governista, e Antônio Carlos
Rodrigues (PL), o concorrente
dos aliados, é evitar que votações
de projetos polêmicos virem
moeda na disputa pelo maior cargo da Câmara, hoje ocupado por
José Eduardo Cardozo (PT).
Hoje, Rodrigues conta com o
apoio de 29 vereadores, um voto a
mais do que o necessário para a
escolha do novo presidente entre
os 55 parlamentares.
Ou seja, em tese esse quórum
pode ser usado, por exemplo, para a aprovação de CPIs indesejadas pelo governo petista.
Outra arma do grupo foi exibida
ontem à tarde. Apoiadores do vereador do PL mostraram sua força ao esvaziar e impedir a realização de duas sessões extraordinárias da Comissão de Finanças, que
analisa o Orçamento 2003.
Na comissão, o grupo tem
maioria -pelo menos cinco votos entre os nove integrantes.
Segundo o vereador Milton Leite (PMDB), do grupo de Rodrigues, a idéia dos aliados é postergar também a sessão da comissão
marcada para amanhã.
Com o adiamento, fica pendente a votação de relatório do Orçamento em que é definido, por
exemplo, a porcentagem de realocação de recursos (remanejamento) que Marta Suplicy (PT) poderá fazer livremente em 2003.
Marta pediu uma margem de
10%. No grupo de Rodrigues, embora eles afirmem que o assunto
não tenha sido discutido, há
quem defenda 1%. Ao mesmo
tempo, esse grupo teme que uma
decisão contra o governo desagrade integrantes da base aliada.
Ao sair da reunião ontem, o líder do governo disse que a discussão com os aliados envolveu negociações para isolar a disputa pela presidência de outras votações.
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