São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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LEGISLATIVO

Acordo formaliza a suspensão, até domingo, de votação de projetos, o que já ocorria havia pelo menos 15 dias

PT e aliados negociam trégua até eleição

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Vereadores aliados e o líder do governo na Câmara Municipal, José Mentor (PT), discutiram ontem à noite a suspensão de votações de projetos até a escolha do novo presidente do Legislativo paulistano, no próximo domingo.
A trégua pode ser acertada hoje, o que afeta a discussão de projetos, como o Orçamento de 2003 e o que cria a taxa de lixo.
Para os moradores, isso significa que os investimentos na cidade e o quanto eles terão que pagar de impostos no ano que vem serão decididos em sessões tumultuadas e de última hora, provavelmente nos últimos dias do ano.
O acordo também formaliza e prolonga a paralisação de votações, que já se arrasta há 15 dias. O objetivo dos dois grupos, cujos candidatos são Arselino Tatto (PT), indicado para a disputa pela base governista, e Antônio Carlos Rodrigues (PL), o concorrente dos aliados, é evitar que votações de projetos polêmicos virem moeda na disputa pelo maior cargo da Câmara, hoje ocupado por José Eduardo Cardozo (PT).
Hoje, Rodrigues conta com o apoio de 29 vereadores, um voto a mais do que o necessário para a escolha do novo presidente entre os 55 parlamentares.
Ou seja, em tese esse quórum pode ser usado, por exemplo, para a aprovação de CPIs indesejadas pelo governo petista.
Outra arma do grupo foi exibida ontem à tarde. Apoiadores do vereador do PL mostraram sua força ao esvaziar e impedir a realização de duas sessões extraordinárias da Comissão de Finanças, que analisa o Orçamento 2003.
Na comissão, o grupo tem maioria -pelo menos cinco votos entre os nove integrantes.
Segundo o vereador Milton Leite (PMDB), do grupo de Rodrigues, a idéia dos aliados é postergar também a sessão da comissão marcada para amanhã.
Com o adiamento, fica pendente a votação de relatório do Orçamento em que é definido, por exemplo, a porcentagem de realocação de recursos (remanejamento) que Marta Suplicy (PT) poderá fazer livremente em 2003.
Marta pediu uma margem de 10%. No grupo de Rodrigues, embora eles afirmem que o assunto não tenha sido discutido, há quem defenda 1%. Ao mesmo tempo, esse grupo teme que uma decisão contra o governo desagrade integrantes da base aliada.
Ao sair da reunião ontem, o líder do governo disse que a discussão com os aliados envolveu negociações para isolar a disputa pela presidência de outras votações.


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