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Marta vai processar vereador que acusou colegas de receber "mesada"
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy (PT)
vai processar o vereador Gilberto
Natalini (PSDB) por sua declaração de que 40 dos 55 vereadores
paulistanos recebem "mesada"
do Executivo para aprovar projetos do interesse da administração.
O secretário dos Negócios Jurídicos, Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira, afirmou que serão duas
ações, conduzidas pelos advogados particulares de Marta. Uma,
na área civil, pedirá ressarcimento
por dano moral. A outra, criminal, será por calúnia -atribuir a
alguém (no caso, Marta) uma
ação que a lei define como crime.
A declaração, feita em uma reunião fechada com 30 pessoas, foi
gravada por um jornal de bairro,
sem autorização de Natalini. Segundo a Folha apurou, a fita chegou a ser oferecida a vereadores
em troca de dinheiro.
A frase continua provocando
revolta entre vereadores, que pedem a cassação. Ele é alvo de processo na corregedoria. Uma das
mais exaltadas, a vereadora Claudete Alves (PT) falou: "Se não corresse o risco de ser cassada, dava
uma tamancada na cabeça dele".
No plenário, a petista chegou a
protagonizar um bate-boca com
Natalini durante a tarde.
O presidente da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT), afirmou que a frase do tucano "é revoltante, é enojadora, é uma coisa
da pior espécie". No dia anterior,
antes de ouvir a declaração, Tatto
dizia confiar em que Natalini tivesse falado "sem convicção".
O líder do governo, João Antonio (PT), resumiu o sentimento
geral de seus colegas: "Está se chegando a um nível em que os 40 estão vendo que não há outra opção
a não ser levar às últimas consequências [uma cassação]".
Sem medo
Natalini afirma que Marta tem o
direito de processá-lo, mas que
vai se defender. O tucano não
confirma as denúncias e diz que
foi um desabafo.
Questionado se recua de suas
declarações, afirmou: "É um problema pessoal, ninguém pode me
impedir de sentir. Não é uma sensação só minha, é generalizada na
cidade". Sobre a eventual cassação, fala que está "tranquilo" e
diz: "Medo é um sentimento que
não mora na minha alma".
O vereador afirmou que nunca
faz ataques pessoais e que sua
atuação se baseia em três pilares:
ética, democracia e justiça social.
"Se eu for criminoso por defender
esses três princípios, o mundo está de cabeça pra baixo."
(PDL)
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