São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 1998.



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MAR DE LIXO 2
Para especialistas, poder público e banhistas precisam alterar postura em relação ao meio ambiente
Só mudança radical de atitude salva praias

da Reportagem Local


Não basta colocar o lixo no saquinho, deixar o cão em casa ou mesmo trocar a fossa de sua casa por esgoto canalizado. Para especialistas na área ambiental, a limpeza e preservação das praias brasileiras depende de uma mudança mais radical da postura do banhista e do poder público.
A coordenadora da campanha de substâncias tóxicas do Greenpeace, Cristina Bonfiglioli, diz que é preciso uma mudança de comportamento do cidadão.
"As pessoas precisam aprender a ser consumidores racionais. Hoje, o desperdício de material é enorme e as medidas de combate à poluição são direcionadas para reverter os erros. É preciso combater as causas, não os efeitos", diz.
Segundo Cristina, as pessoas só se preocupam com a parte estética da sujeira. "Alguns ecossistemas litorâneos já foram atingidos. Há praias em que não há mais as maria-farinhas (pequenos siris), pois o meio foi modificado pela poluição não visual."
Para o secretário estadual do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, alguns empreendimentos imobiliários que se instalam na orla paulista praticam desmatamentos ilegais -alguns ocupando áreas de preservação ambiental- e não dispõem de sistemas adequados de tratamento de esgoto.
Ele defende a criação de uma nova legislação que normatize, em detalhes, as permissões de ocupações na área litorânea, e estabeleça sanções e métodos de fiscalização mais eficientes. "Nós temos feitos obras de saneamento em diversas cidades, mas todos nossos esforços não serão suficientes para suprir uma demanda criada por 20 anos de abandono na infra-estrutura do litoral paulista", diz.



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