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MAR DE LIXO 2
Para especialistas, poder público e banhistas precisam alterar postura em relação ao meio ambiente
Só mudança radical de atitude salva praias
da Reportagem Local
Não basta colocar o lixo no
saquinho, deixar o cão em casa ou mesmo
trocar a fossa de
sua casa por esgoto canalizado.
Para especialistas na área ambiental, a limpeza e preservação das
praias brasileiras depende de uma
mudança mais radical da postura
do banhista e do poder público.
A coordenadora da campanha de
substâncias tóxicas do Greenpeace, Cristina Bonfiglioli, diz que é
preciso uma mudança de comportamento do cidadão.
"As pessoas precisam aprender
a ser consumidores racionais. Hoje, o desperdício de material é
enorme e as medidas de combate à
poluição são direcionadas para reverter os erros. É preciso combater
as causas, não os efeitos", diz.
Segundo Cristina, as pessoas só
se preocupam com a parte estética
da sujeira. "Alguns ecossistemas
litorâneos já foram atingidos. Há
praias em que não há mais as maria-farinhas (pequenos siris), pois
o meio foi modificado pela poluição não visual."
Para o secretário estadual do
Meio Ambiente, Fábio Feldmann,
alguns empreendimentos imobiliários que se instalam na orla paulista praticam desmatamentos ilegais -alguns ocupando áreas de
preservação ambiental- e não
dispõem de sistemas adequados de
tratamento de esgoto.
Ele defende a criação de uma nova legislação que normatize, em
detalhes, as permissões de ocupações na área litorânea, e estabeleça
sanções e métodos de fiscalização
mais eficientes. "Nós temos feitos
obras de saneamento em diversas
cidades, mas todos nossos esforços não serão suficientes para suprir uma demanda criada por 20
anos de abandono na infra-estrutura do litoral paulista", diz.
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